Após ataques no Rio, Bolsonaro é alvo de dois pedidos de prisão preventiva

Parlamentares pedem prisão preventiva de Bolsonaro alegando que suas declarações no evento incitaram crimes contra a democracia.

Diamantino Junior

Publicado em: 16/03/2025 às 21:18 | Atualizado em: 16/03/2025 às 21:18

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta novos desafios na Justiça após os ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante o ato realizado domingo (16/3) em Copacabana, Rio de Janeiro. Parlamentares da oposição apresentaram dois pedidos de prisão preventiva contra Bolsonaro, alegando que suas declarações no evento incitaram crimes contra a democracia.

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) protocolou um pedido no STF argumentando que Bolsonaro representa uma ameaça à ordem pública.

Segundo a parlamentar, o ex-presidente continua mobilizando apoiadores para contestar o sistema democrático e atacar instituições como o STF, o que poderia configurar tentativa de golpe.

Outro pedido foi apresentado por parlamentares do PSOL, reforçando que Bolsonaro já é investigado por tentativa de subverter o processo eleitoral e incitação ao crime.

Os autores da ação afirmam que sua postura no ato de Copacabana demonstra que ele segue com a mesma estratégia de inflamar seus seguidores contra o Judiciário e alimentar discursos antidemocráticos.

A manifestação no Rio já havia sido marcada por polêmicas, especialmente pela baixa adesão.

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Enquanto Bolsonaro projetava reunir 1 milhão de pessoas, a Polícia Militar do Rio estimou 400 mil participantes, mas um estudo da USP apontou apenas 18,3 mil presentes.

No evento, aliados do ex-presidente intensificaram ataques ao STF, e Bolsonaro afirmou que seguirá sendo um “problema” para a Corte, mesmo que seja preso.

Com os novos pedidos de prisão, o cenário jurídico do ex-presidente se complica ainda mais. O STF deve analisar os requerimentos nos próximos dias, podendo abrir mais um capítulo na longa disputa entre Bolsonaro e as instituições democráticas.

Vereadora jurista

Além do pedido da deputada de Minas Gerais, a vereadora do Recife e jurista Liana Cirne (PT-PE) protocolou, também neste domingo, um pedido de prisão preventiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

A solicitação baseia-se em acusações de obstrução de justiça, incitação a crimes contra instituições democráticas durante o ato pró-anistia e coação no curso do processo.

Em entrevista recente, Liana Cirne afirmou que há elementos suficientes para justificar a prisão preventiva de Bolsonaro, destacando riscos de fuga, lesão à ordem pública e destruição de provas.

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Foto: fotospúblicas