Amazônia: mais de seis mil onças-pintadas vivem em áreas protegidas, diz estudo

Amazônia abriga a maior população desses animais do planeta

Amazônia: mais de seis mil onças-pintadas vivem em áreas protegidas, diz estudo

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas*

Publicado em: 13/03/2025 às 17:25 | Atualizado em: 13/03/2025 às 17:30

Cientistas brasileiros estimam que 6.389 onças-pintadas (Panthera onca) vivem em 22 áreas protegidas da Amazônia, conforme estudo liderado por pesquisador associado do Instituto Mamirauá, Guilherme da Costa Alvarenga.

O cientista é da Wildlife Conservation Reserch (WildCRU), da Universidade de Oxford, como informa Fauna News.

Segundo a publicação, a onça-pintada é uma espécie topo de cadeia ameaçada de extinção e já perdeu aproximadamente metade de sua área de distribuição histórica.

Dessa maneira, a Amazônia abriga a maior população desses animais do planeta, com florestas contínuas de grande extensão que, muitas vezes, são parte de áreas protegidas. 

Até então, dados sobre a real população e distribuição de onças pelo bioma eram escassos.

A pesquisa foi motivada pela busca por compreender como essa população de grandes felinos está distribuída pelo bioma.

Assim como também de que forma diferentes características da paisagem influenciam nessa distribuição.

Leia mais

O que aconteceu no resgate de onça que acabou morta no Amazonas?

ALE-AM cobra explicações sobre a morte de onça em resgate

No Amazonas, família criava onça-pintada em casa há 8 meses

Ameaças

A perda e a fragmentação de hábitat, ambas causadas pelo avanço do desmatamento, são as principais ameaças às onças-pintadas na Amazônia.

No entanto, esse processo também desencadeia outras ameaças significativas para a espécie. Ou seja, como a redução na disponibilidade de presas e o aumento da caça direta, seja por retaliação ou medo.

Atualmente, a conservação de unidades de conservação e terras indígenas sofre ameaças constantes.

Por exemplo, seja pela mineração ilegal, por propostas legislativas que vão na contramão da proteção, como a questão do “marco temporal”, seja por iniciativas que visam reduzir  ou enfraquecer essas áreas.

Os resultados apontam a importância destas áreas protegidas para a proteção não só das onças, como um predador topo de cadeia, mas da biodiversidade como um todo. Garantir a preservação dessas áreas não é apenas uma necessidade, mas uma obrigação moral que não deve ser negociada”, complementou o pesquisador Guilherme.

*Com informações do Fauna News.

Foto: Instituto Mamirauá/divulgação