Anistia a golpistas e denúncia no STF no papo de Bolsonaro e dono do PL
Bolsonaro e Valdemar se reuniram nesta quarta-feira (12), após Moraes liberar a retomada de comunicação entre eles.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 13/03/2025 às 09:50 | Atualizado em: 13/03/2025 às 10:29
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se reuniram nesta quarta-feira (12) para discutir temas como anistia e sua denúncia no STF. Essa foi a primeira vez que os dois se encontraram desde fevereiro de 2024. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes havia proibido qualquer contato entre eles.
Na terça-feira (11), Moraes liberou a retomada da comunicação. Bolsonaro e Valdemar falaram primeiro por telefone e, no dia seguinte, se reuniram presencialmente no PL.
Anistia aos golpistas
Durante a conversa, Bolsonaro defendeu a aprovação do projeto de lei da anistia, que busca livrar os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“Não tem cabimento. Nós temos órfãos de pais vivos”, declarou Bolsonaro, ao criticar as penas aplicadas às pessoas envolvidas nos ataques aos Três Poderes.
O ex-presidente afirmou que há mães que acordam sem seus filhos, condenados a penas de 16 ou 17 anos de prisão, o que considerou um absurdo.
Até o momento, mais de 300 pessoas foram condenadas pelos atos antidemocráticos, e os processos seguem sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Denúncia no STF
Bolsonaro também comentou sua denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto envolvimento em uma trama golpista e minimizou as acusações.
“A preocupação sobre o que eu estou sendo acusado é zero”.
O ex-presidente acredita que as alegações da PGR não têm fundamento jurídico.
A denúncia inclui crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano ao patrimônio público com prejuízo significativo à União.
A defesa de Bolsonaro pediu que o caso seja julgado pelo plenário do STF e não pela Primeira Turma. Ele alega que estava nos EUA na época dos fatos.
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Após permissão de Moraes, Bolsonaro e Valdemar voltam a se encontrar
Eleições de 2026 e o PL
Bolsonaro voltou a se queixar da sua inelegibilidade e disse que há uma tentativa de tirá-lo do cenário político nas eleições presidenciais do próximo ano.
“Querem me tirar do cenário político do ano que vem. Eu candidato, eu chego… agora, com inelegibilidade, acusações infundadas… é negar a democracia”.
Nos bastidores, ele e Valdemar discutem candidaturas para o Senado em 2026, incluindo o possível nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo Distrito Federal. Segundo Bolsonaro, o anúncio de candidaturas deve ser feito no momento certo.
“Se começar a anunciar muito cedo, eles começam a levar tiro muito cedo”.
Valdemar evita imprensa
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, evitou falar sobre investigações e brincou que agora só vai cuidar da agenda política ao lado de Bolsonaro.
“Vou só cuidar da agenda política com o presidente Bolsonaro e não vou dar entrevistas”.
Valdemar foi indiciado pela Polícia Federal, mas não denunciado pela PGR. Por isso, conseguiu revogar as medidas restritivas impostas pelo ministro Moraes. Após a decisão, ele se encontrou com Moraes no STF para discutir o fim das restrições, incluindo a devolução de seu passaporte e a liberação para viajar.
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Foto: Jonathas Brandão/PL