IPCA de Belém não reflete realidade de Manaus
Disparate se observa no valor da cesta básica das duas cidades.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 13/03/2025 às 07:25 | Atualizado em: 13/03/2025 às 08:28
Uma observação levantada pela ex-presidente do IBGE Wasmália Bivar sobre o IPCA na região Norte mostra que Manaus navega no escuro sobre inflação na cidade.
O comentário dela é sobre o fato do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação no Brasil, coletar preços somente em 16 áreas.
Essas áreas incluem dez regiões metropolitanas e seis cidades, todas capitais.
Manaus não é ponto de coleta de dados. Wasmália Bivar diz que isso não prejudica significativamente a análise nacional da inflação.
O problema, acrescenta, é o acompanhamento dos preços a nível local nas cidades sem a pesquisa.
A ex-presidente do IBGE fez observação em matéria que o jornal Folha de S.Paulo publicou ontem em seu site.
“Em Manaus, por exemplo, não há coleta do IPCA, e usar as informações do índice de Belém, também na região Norte, não refletiria exatamente a mesma realidade de consumo, diz Wasmália, que nasceu na capital do Amazonas”, escreve a Folha, em texto assinado por Leonardo Vieceli.
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Cestas básicas de Belém em Manaus
De fato, Wasmália tem razão. O disparate se observa no valor da cesta básica das duas cidades.
Segundo o Procon Manaus, o preço da cesta básica na capital do Amazonas variou entre R$ 263,40 e R$ 306,38. Esses valores saíram no último dia 6 de fevereiro.
Já em Belém, no mesmo dia 6, o Dieese encontrou a cesta em R$ 697,81.
Ou seja: o custo de vida, tendo a cesta básica com referência, em Belém chega a ser mais caro que em Manaus em cerca de 130%.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil