Big techs ‘querem lucrar’, sem assumir responsabilidade, diz Moraes
"E, diferentemente do que dizem, não sou comunista. Não é possível que acreditem nisso", completa.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 12/03/2025 às 17:25 | Atualizado em: 12/03/2025 às 17:28
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes voltou a criticar a atuação das big techs e disse que as gigantes da tecnologia “querem lucrar” sem assumir responsabilidade.
A fala do ministro foi nesta terça-feira, 11, durante aula magna na Fundação Getulio Vargas (FGV), em Brasília. A informação é do Notícias ao Minuto.
“Essas empresas perceberam que a União Europeia aprovou leis que os outros países vão aprovar. E a regulamentação vai começar. Esse é um perigo que venho alertando. Por enquanto, nós conseguimos manter nossa soberania, nossa jurisdição”, afirmou o ministro.
Sobretudo, Moraes tem sido alvo de críticas por decisões relacionadas às redes sociais.
Nesse sentido, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos chegou a intimar oito big techs para discutir a suposta “censura” imposta por governos estrangeiros.
Por exemplo, o presidente do comitê, Jim Jordan, citou diretamente Moraes, acusando-o de emitir ordens “secretas e arbitrárias” para obrigar empresas norte-americanas a removerem conteúdo sob ameaça de multas e banimento do Brasil.
Além disso, o comitê ainda aprovou um projeto de lei para barrar a entrada do ministro nos EUA.
Então, durante sua fala, Moraes reforçou que as plataformas digitais não são imparciais.
“Nós não precisaríamos de uma lei específica, basta aplicar a que já temos. Não podemos acreditar que as big techs são neutras. Elas têm lado, posição econômica, ideológica, política e religiosa”,
disse.
Da mesma forma, ele também acusou as empresas de promoverem uma “lavagem cerebral” na população e de “falsear os fatos”.
Em tom descontraído, Moraes ironizou as acusações de que seria comunista.
“A mentalidade das big techs retornou ao mercantilismo da Companhia das Índias Orientais, de 1600, abandonou qualquer pudor capitalista. E, diferentemente do que dizem, não sou comunista. Não é possível que acreditem nisso”, disse.
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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil