Bolsonaro é sétimo ex-presidente denunciado pós-ditadura
Os outros ex-mandatários denunciados foram Sarney, Collor, Itamar, Lula, Dilma e Temer. Saiba quais os crimes

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 26/02/2025 às 17:06 | Atualizado em: 26/02/2025 às 18:26
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é pelo menos o sétimo ex-presidente do Brasil desde a redemocratização a ser denunciado à Justiça sob suspeita de algum crime. Ele é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no último dia 18 sob acusação de liderar uma trama golpista para mantê-lo no poder após as eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Lula.
Dessa forma, o ex-chefe do Executivo é acusado dos crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Outros seis
Os outros ex-mandatários denunciados foram José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer. A informação é Notícias ao Minuto.
De acordo coma publicação, a maioria deles enfrentou acusações criminais a partir da operação Lava Jato e seus desdobramentos. Hoje, a maior parte dos processos já está encerrada.
O atual presidente da República, Lula, chegou a ser réu em 11 ações penais, não de maneira simultânea, nos anos da Lava Jato.
Por exemplo, em um desses processos, o do tríplex de Guarujá, foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e ficou preso por 580 dias, entre 2018 e 2019. Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou essa e outra sentença criminal contra o petista.
Dessa maneira, uma a uma, Lula foi obtendo vitórias na Justiça e se livrou das acusações.
Nesse sentido, uma das denúncias contra ele também envolvia a sua sucessora e afiliada política, Dilma.
Em um inquérito que foi apelidado de “quadrilhão do PT” -chamado assim por apurar se pessoas ligadas ao partido participaram de esquema desvio de dinheiro-, os dois petistas foram acusados em 2017, pelo então procurador-geral Rodrigo Janot, de integrar organização criminosa.
Como resultado, caso tramitou em primeira instância, e os dois foram absolvidos.
Outro ex=presidente, Michel Temer, que assumiu depois da presidente, teve três denúncias oferecidas pela PGR contra ele.
Isso enquanto ainda estava no cargo, entre elas uma sobre o suposto aval dado ao empresário Joesley Batista para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, em 2017.
Desse modo, em 2019, já fora do Palácio do Planalto, o ex-presidente chegou até a ser preso preventivamente no âmbito da Lava Jato do Rio de Janeiro em meio a investigação de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro relativas à estatal Eletronuclear.
Ainda segudno a publicação, esses processos, porém, não resultaram em condenações na Justiça.
Também no âmbito da Lava Jato, José Sarney (MDB) foi denunciado duas vezes em 2017 por Rodrigo Janot. Em um dos casos, a acusação era de corrupção ativa e lavagem de dinheiro em esquema que teria desviado recursos em contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras. A denúncia terminou arquivada por prescrição.
Outra denúncia, de organização criminosa, foi rejeitada no STF em 2023.
Além dessas, a situação jurídica mais delicada atualmente é a de Fernando Collor (hoje filiado ao PRD), denunciado pela PGR sob acusação de participação em um esquema de corrupção instalado na BR Distribuidora, antiga subsidiária da Petrobras, para a viabilização de contratos irregulares em troca de vantagens.
Nesse caso, o ex-presidente foi condenado em 2023 pelo STF pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com pena fixada em oito anos e dez meses de prisão. Ainda há recursos pendentes na corte, porém, e ele não foi preso.
Também na Lava Jato, depoimentos de delação chegaram a implicar o ex-presidente Fernando Henrique (PSDB), mas não houve acusação criminal formalizada contra ele.
Um outro processo mais antigo envolvendo um ex-presidente do período pós-ditadura militar tramitou nos anos 2000, quando a PGR ofereceu denúncia criminal contra o ex-presidente Itamar Franco, que morreu em 2011.
Então, a procuradoria o acusou, na época em que era governador de Minas Gerais, de ter ofendido a honra de Fernando Henrique, quando este ocupava o Palácio do Planalto.
Assim sendo, Itamar teria acusado FHC de liberar verbas públicas para integrantes do então PMDB (atual MDB), com o objetivo de influenciar o resultado da convenção nacional do partido. O processo também foi arquivado por prescrição.
Leia mais em Notícias ao Minuto.
Foto: reprodução/rede social