Queimadas na Amazônia afetam qualidade do ar em São Paulo
Em 2024, as queimadas na Amazônia aumentaram os poluentes em São Paulo, impactando a saúde e criando a necessidade urgente de políticas públicas para controle

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 24/02/2025 às 16:23 | Atualizado em: 24/02/2025 às 17:01
Em 2024, incêndios na Amazônia destruíram 18 milhões de hectares, um aumento de 67% em relação ao ano anterior. Isso afetou não só a floresta, mas também a qualidade do ar em diversas regiões do país.
O estudo da Unifesp, liderado pela professora Simone Georges El Khouri Miraglia, revela os impactos graves em São Paulo, com aumento nos poluentes atmosféricos. Entre agosto e setembro, o material particulado fino (PM2,5) cresceu 144%, e o dióxido de nitrogênio (NO₂) aumentou 48%.
Esse cenário piorou a saúde pública, pois elevou o risco de doenças cardiorrespiratórias em 3,5%. O aumento de internações e consultas médicas foi evidente. A pesquisa também destaca que, por três dias, São Paulo registrou a pior qualidade do ar do mundo.
Conforme Miraglia alerta, a falta de sistemas de alerta precoce e as regulamentações defasadas dificultam a adoção de medidas preventivas. Portanto, políticas públicas são urgentes.
A poluição crônica da cidade, já agravada pela frota de veículos, além disso se intensificou com a fumaça das queimadas. Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias foram os mais afetados.
Nesse contexto, o estudo propõe a criação de um sistema de alerta precoce, como o usado nos Estados Unidos. Isso permitiria ações rápidas das autoridades de saúde para reduzir os danos.
Ademais, a professora defende a integração de políticas de manejo de incêndios e controle de poluição urbana. Isso é essencial para evitar novas crises.
São Paulo precisa revisar suas práticas, melhorar o monitoramento da qualidade do ar e atualizar as regulamentações sobre poluição. A experiência de 2024 deixou lições cruciais.
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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil