Boné ‘CPX’: Mário Frias vira réu por mentira contra Lula
O deputado federal publicou mentira tentando associar Lula a facção criminosa só por visitar favela do Rio.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 24/02/2025 às 11:59 | Atualizado em: 24/02/2025 às 12:06
O deputado federal Mario Frias (PL-SP) virou réu na Justiça Eleitoral por divulgar mentira sobre o presidente Lula da Silva (PT) na campanha de 2022.
Trata-se de uma postagem feita pelo parlamentar na rede social X. Na ocasião, Frias republicou uma foto de Lula usando o boné com a sigla “CPX”. Com isso, ele afirmou que o significado da abreviação seria “parceiro do crime”.
Dessa maneira, caso seja condenado, o parlamentar pode perder o mandato e ficar inelegível por oito anos. A informação é do site O Tempo.
Então, CPX é a sigla de Complexo, referente a “complexo de favelas”.
É que Lula ganhou um boné com as iniciais “CPX”, em outubro de 2022, durante visita ao Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.
Ou seja, acessório foi um presente de moradores daquela comunidade.
Fake news
Sobretudo, em sua conta no X, Mario Frias publicou uma foto de Lula usando o boné e escreveu “Gíria utilizada pelo crime CPX = cupinxa, parceiro do crime”.
Como resultado, a publicação do então secretário de Cultura no governo Bolsonaro teve mais de 43 mil curtidas e 10 mil compartilhamentos.
Além disso, no mesmo post, Mario Frias comparava o petista a Jair Bolsonaro (PL), com uma imagem do então presidente e candidato à reeleição usando um boné, na cor azul, com um PRF, a sigla da Polícia Rodoviária Federal.
Inclusive o próprio Bolsonaro usou a imagem para atacar o seu adversário de campanha.
Nesse sentido, para o Ministério Público Eleitoral, Mario Frias teve clara intenção de associar Lula à uma facção criminosa ao distorcer o significado de “CPX”, causando prejuízos à imagem do então candidato a presidente em meio à campanha.
“O denunciado, assim, agiu com a intenção de ligar a figura de Luiz Inácio Lula da Silva a facções criminosas que atuam no município do Rio de Janeiro e, com isso, influenciar os eleitores a não votarem no referido candidato”, diz um trecho da denúncia do MPE.
Ao mesmo tempo, o órgão reforçou, em sua denúncia, que a sigla CPX é uma abreviatura da palavra “complexo” e que o boné foi produzido por moradores da região do Complexo do Alemão, sendo doado ao petista na ocasião.
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Foto: Ricardo Stuckert/PR