Gilmar, sobre campanha de anistia de Bolsonaro: ‘parece uma antecipação de confissão’

Ministro critica antecipação de perdão a Bolsonaro e diz que a campanha por anistia perde relevância após a denúncia da PGR.

Adrissia Pinheiro

Publicado em: 21/02/2025 às 16:44 | Atualizado em: 21/02/2025 às 16:44

Durante entrevista para Amarelas On Air, da Veja, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, classificou a campanha por anistia a Bolsonaro como uma “precipitação”, destacando que, ao pedir perdão antes do julgamento, o ex-presidente parece antecipar uma confissão.

O ministro do STF afirmou que, após a denúncia da Procuradoria Geral da República, a defesa dos acusados tem agora um caminho claro para apresentar seus esclarecimentos.

“Encerramos as especulações e passamos a ter um roteiro para a defesa”, disse Gilmar, enfatizando que é hora de seguir com o processo jurídico.

Entretanto, Bolsonaro se reuniu com parlamentares para discutir a anistia, uma proposta que poderia beneficiá-lo em caso de condenação. Enquanto isso, a oposição no Congresso tem pressionado para que avance.

Por outro lado, para Gilmar, o tema perderá relevância no Congresso após a acusação. Ele também criticou a ideia de um perdão antes do julgamento, destacando que não é o momento certo.

A denúncia, segundo o ministro, deixa claro o vínculo entre o golpe de 2022 e os ataques de 8 de janeiro. Ele ressaltou, portanto, que a discussão sobre a anistia deve esperar o desenrolar do processo.

“É quase como antecipar uma confissão”, afirmou Gilmar, insistindo que a questão é precipitada enquanto a instrução do processo ainda está em curso.

Além disso, o ministro falou sobre a desmilitarização da administração pública, as propostas de novos regimes políticos e a regulamentação das redes sociais, analisando também o cenário político atual.

Leia mais

Alcolumbre diz que anistia a golpistas não é de interesse do brasileiro

A matéria é da Veja. Leia na íntegra.

Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasil