Planos golpistas de Bolsonaro vêm desde soltura de Lula
Afirmação está na denúncia da PGR.

Bruna Lira, da redação do BNC Amazonas
Publicado em: 20/02/2025 às 12:08 | Atualizado em: 20/02/2025 às 12:08
Em denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (18), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março de 2021, marcou o início de uma suposta trama golpista. Segundo Gonet, a articulação desse plano ocorreu dentro do governo de Jair Bolsonaro.
Diante desse cenário, Gonet destacou que, a partir de 2021, os discursos de Bolsonaro contra as instituições tornaram-se mais agressivos, especialmente após Lula recuperar seus direitos políticos. Consequentemente, o embate entre o governo e o Judiciário se intensificou gradativamente, levando a um cenário de crescente instabilidade política. Além disso, os posicionamentos do ex-presidente passaram a desafiar diretamente as decisões da Suprema Corte, aumentando as tensões institucionais. A denúncia indica que, em 22 de março de 2021, poucos dias após Lula se tornar elegível, aliados de Bolsonaro consideraram a possibilidade de o presidente desobedecer abertamente decisões do STF.
Nos meses seguintes, conforme pesquisas eleitorais apontavam Lula como favorito para as eleições de 2022, a necessidade de uma reação coordenada pelo grupo de apoio a Bolsonaro teria se intensificado. Diante desse cenário, segundo a PGR, esse grupo passou a estruturar um discurso contínuo sobre a suposta fragilidade das urnas eletrônicas. Com a finalidade de deslegitimar um possível resultado desfavorável, essa estratégia foi reforçada ao longo da campanha.
Crítica ao Sistema
A denúncia também menciona que, em uma transmissão ao vivo em 29 de julho de 2021, Bolsonaro criticou o sistema eletrônico de votação e elogiou as Forças Armadas. Seus ataques às instituições se tornaram mais agressivos, incitando indignação entre seus apoiadores. Além disso, durante os eventos de 7 de setembro de 2021, ele declarou que não acataria mais decisões do STF, confiando no apoio militar.
Gonet argumenta que essas ações não foram meras declarações impulsivas, mas parte de um plano estratégico para desestabilizar a ordem democrática. Esse movimento se intensificou diante da possibilidade de retorno de Lula à presidência.
A denúncia apresentada pela PGR será agora analisada pelo STF, que decidirá sobre a abertura de ação penal contra Bolsonaro e outros envolvidos na suposta trama golpista.
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Foto: Agência Brasil