Universidade barra aluno na colação por portar suástica no rosto
A UFRGS advertiu um estudante por portar uma suástica no rosto durante a colação de grau. O caso será investigado pela Polícia Civil e pela universidade.

Diamantino Junior
Publicado em: 19/02/2025 às 16:29 | Atualizado em: 19/02/2025 às 16:29
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) impediu um estudante de participar de sua colação de grau por estar com uma suástica pintada no rosto. O caso ocorreu na terça-feira (18/2) e gerou repercussão dentro e fora da instituição.
Vinicius Krug de Souza, formando em Engenharia de Minas, foi advertido pela universidade ao comparecer à cerimônia com a suástica.
Segundo a UFRGS, o vice-reitor e o coordenador de Segurança intervieram, impedindo sua participação até que o símbolo fosse removido.
O estudante negou se tratar de uma referência nazista, alegando que a pintura representava uma simbologia hindu.
A universidade informou que o estudante só pôde continuar na cerimônia após apagar a marca do rosto. Caso contrário, seria encaminhado à Polícia Federal (PF) para registro de ocorrência e apuração dos fatos.
Medidas administrativas
A instituição anunciou que registrará um boletim de ocorrência na Polícia Federal e avaliará quais medidas administrativas podem ser tomadas.
Em nota, a universidade destacou que o estudante não portava símbolos nazistas durante a cerimônia de formatura, mas reforçou que não tolera manifestações de ódio em seus espaços.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS se manifestou com indignação e pediu a anulação do diploma e da formatura do aluno, além de uma investigação rigorosa.
O deputado estadual Leonel Radde (PT) também registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI).
Crime de apologia ao nazismo
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul abriu investigação sobre o caso e reforçou seu compromisso no combate ao neonazismo.
A legislação brasileira, por meio da Lei 7.716/1989, prevê reclusão e multa para quem fabricar, distribuir ou veicular símbolos nazistas, como a suástica, com o objetivo de divulgação da ideologia.
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O caso segue em apuração, e o estudante pode responder judicialmente caso fique comprovada a intenção de fazer apologia ao nazismo.
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Foto: reprodução