Marco temporal: na hora de votar, Motta tira Xakriabá e põe bolsonarista do PL
Sílvia Waiãpi (AP) não participou de nenhuma, enquanto Célia Xakriabá esteve em 12 das 16 reuniões no STF

Mariane Veiga
Publicado em: 17/02/2025 às 20:43 | Atualizado em: 17/02/2025 às 20:56
A deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) foi excluída pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), das últimas sessões da comissão de conciliação sobre o Marco Temporal, no Supremo Tribunal Federal (STF).
A parlamentar, que tem sido uma das principais defensoras dos direitos indígenas no Congresso, foi substituída pela deputada bolsonarista Silvia Waiãpi (PL-AP), que não havia participado das reuniões anteriores.
Xakriabá, que participou de 12 das 16 reuniões da comissão, criticou a substituição e alegou que se tratava de uma tentativa de enfraquecer a luta indígena.
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Em resposta, Waiãpi afirmou que Xakriabá não foi barrada, e destacou que o acompanhamento remoto também é válido como presença.
A comissão foi criada pelo ministro Gilmar Mendes para discutir a Lei 14.701/2023, que redefine o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
A medida, que visa conciliar os interesses de ruralistas e indígenas, é criticada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que abandonou a comissão sob alegação de que se trata de uma “conciliação forçada”.
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Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados