Lula e PT Amazonas querem vaga na chapa de Omar Aziz em 2026

O partido de Lula busca espaço na chapa de Omar Aziz ao governo do Amazonas em 2026, com Marcelo Ramos como possível vice ou candidato ao Senado ao lado de Eduardo Braga.

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 14/02/2025 às 18:08 | Atualizado em: 17/02/2025 às 13:51

As articulações políticas em torno da pré-candidatura do senador Omar Aziz (PSD-AM), ao governo do Amazonas, já estão na rua. Assim como os nomes para o Senado.

E tudo indica que o senador Eduardo Braga (MDB-AM) seja o primeiro nome da chapa para disputar uma das duas cadeiras a vagar em 2026.

No entanto, as indicações para vice-governador e o segundo nome ao Senado, nessa chapa pré-montada de Aziz e Braga, ainda estão indefinidas.

E é aqui que entra o Partido dos Trabalhadores (PT), com o peso político do presidente Lula da Silva.

Isso porque, de acordo com informações do PT, o presidente Lula enxerga a possibilidade real de eleger dois senadores de seu campo político no estado do Amazonas.

Desse modo, o nome que o PT e o Palácio do Planalto estão costurando para compor a chapa majoritária de Omar-governador e Braga-senador é o do ex-deputado federal Marcelo Ramos.

Antes, o nome forte era José Ricardo. Em 2024, após derrota para a Câmara dos Deputados, em 2022, o projeto do PT era lançá-lo candidato a prefeito de Manaus. Mas, o atual vereador petista não aceitou a missão. Candidatou-se à Câmara Municipal de Manaus e venceu.

Portanto, sem alternativa, o PT e o presidente Lula convocaram Marcelo Ramos, que também não havia sido reeleito, em 2022, a deputado federal, a disputar a prefeitura de Manaus.

Embora tenha relutado a disputar nova eleição, em meio à polarização entre o prefeito David Almeida, o deputado estadual Roberto Cidade (candidato do governador Wilson Lima), e o deputado federal Alberto Neto, representante direto do bolsonarismo no Amazonas, Ramos foi para o sacrifício. Ao final da eleição, o candidato do PT ficou em quinto lugar, conquistando 66.528 votos ou 6,03% do eleitorado de Manaus.

Posições na chapa

Mas, a pergunta que se está fazendo: nas eleições de 2026, o que realmente o PT do Amazonas deseja?

A chapa majoritária tem quatro posições principais e quatro posições secundárias.

As posições principais são de governador, vice-governador e dois senadores. Já as secundárias são quatro suplentes de senador, dois para cada vaga.

Já se sabe que Omar Aziz deverá ser o candidato a governador, pelo PDS. Assim como Eduardo Braga ocupará uma de senador, pelo MDB.

Dessa forma, o PT reivindica espaço na chapa, seja de vice-governador ou a segunda vaga de senador, com Marcelo Ramos à frente,

Por sua vez, os petistas afirmam ser natural essa postulação porque o PT é o partido com maior tempo de televisão nessa coligação e é o partido do presidente da República.

Outra razão é que o principal cabo eleitoral dessa chapa, o presidente Lula, só pode aparecer no programa se o PT estiver na coligação.

Segundo voto

Além disso, nas eleições para o Senado, com duas vagas, a tradição é que um dos candidatos fortes percam. Exemplos são: Bernardo Cabral perdeu para Jefferson Peres (1994), Arthur Neto perdeu para Vanessa Grazziotin (2010) e Alfredo Nascimento perdeu para o Plínio Valério (2018).

Dessa forma, o PT enxerga o segundo nome forte para compor o Senado, o do governador Wilson Lima (União Brasil). Logo, a tese é que o eleitor de Braga, o primeiro nome, não vota em Lima, como segundo nome para senador.

Assim, sobraria para o companheiro de Braga na chapa, até aqui o cotado é Marcelo Ramos, receber os votos necessários para elegê-lo.

Até porque o PT nacional e o presidente Lula têm maior interesse na vitória dos dois nomes de seu campo político no Amazonas.

Nesse cenário, a possibilidade de um segundo voto faz tornar viável uma candidatura da esquerda para o Senado, principalmente por conta do interior do estado.

Nesse bojo, ainda têm nomes de peso com o do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que busca a reeleição, e o do deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), candidatíssimo a senador no ano que vem.

Eleição no Senado

Esse debate toma corpo porque a eleição de 2026 ao Senado será o principal tabuleiro depois da presidência da República das disputas. Isso porque o ex-presidente Jair Bolsonaro vê nessa eleição a possibilidade de construir uma maioria naquela casa.

O que possibilitaria a ele criar sérios constrangimentos ao presidente Lula no caso de reeleição e principalmente possibilitaria a Bolsonaro e seu grupo aprovar a anistia de 8 de janeiro e impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Por isso, haverá uma grande disputa por essas vagas no Senado. E o presidente Lula enxerga a possibilidade real de eleger dois senadores de seu campo político no estado do Amazonas.

Suplentes petistas

Por fim, há um elemento importante nessa análise de cenários para o Senado e a posição do PT nas eleições de 2026:

Para ampliar a chapa e as possibilidades de alianças com outros partidos, o senador Omar Aziz, futuro candidato ao governo do Amazonas, pode querer tirar o PT de sua chapa majoritária.

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E o principal argumento é que seus dois suplentes de senador, no atual mandato são do PT. A primeira suplente é Cheila Moreira e o segundo suplente é João Pedro.

Nesse caso, Omar Aziz sendo eleito governador, deixará seu mandato de senador, até 2031, a um dos suplentes do PT. Embora, reconhecendo essa possibilidade, os petistas vão insistir na vaga da chapa majoritária nas eleições de 2026.

Foto: reprodução internet