Hanan, sobre reforma tributária: ‘40% da receita vem do consumo’

O economista e ex-vice-governador critica também a condução da economia e os prejuízos à sociedade

Adríssia Pinheiro, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 07/02/2025 às 15:52 | Atualizado em: 07/02/2025 às 15:57

Hanan, que foi vice-governador de 1999 a 2003 durante a gestão de Amazonino Mendes (PFL), afirmou que o Brasil precisa de uma reforma profunda para equilibrar a carga tributária e reduzir a dependência do consumo.

Ele foi enfático ao criticar e questionar a alta carga tributária e a complexidade do sistema atual.

“Como se pode elogiar uma reforma tributária que produz a maior alíquota de imposto sobre consumo do mundo? Eu posso elogiar uma alíquota de 28,5% para quem não é isento? Não vai dar certo”.

Hanan também destacou que os efeitos da reforma só serão sentidos a partir de 2026, o que, na visão dele, é um problema.

“O Brasil muda tudo todo dia. Até hoje não está fixada a alíquota. Não dá para comemorar”.

O economista ainda apontou os setores mais prejudicados pela reforma.

“Setor de construção, casa própria, subiu muito imposto. Então, quem não comprou, vai ser mais difícil comprar. E o segundo, setor de serviço, vai pagar muito mais imposto”.

Para Hanan, a reforma não atacou os principais problemas do sistema tributário, como a tributação sobre renda e patrimônio.

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“Está muito bem, mas não basta. Mais estabilidade? Sim. Foi garantido os benefícios. Está estável”.

No entanto, ele ressaltou que a atração de novos negócios para a região ainda é limitada. Trouxe melhorias para o investidor, mas que deve atrair poucos novos negócios.

Nesse contexto, Hanan ainda destacou a importância de atualizar a legislação estadual para fortalecer o polo industrial.

“Falta mexer na lei, a lei estadual, que foi minha na origem. Está desatualizada, esclerosada”.

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Trump e Milei

Sobre Trump, ao ser questionado pelos índices de popularidade do presidente americano, visto por todo o mundo, ele disse ser uma estratégia de negociação.

“Tudo que ele está fazendo, certo ou errado, ele prometeu na campanha. Então ele está cumprindo o que falou. Na minha visão, olhando o primeiro governo dele, isso é estratégia de negociação. Chuta o pau do barraco para depois você entrar na mesa como um ‘gigante’ “.

Em relação a Milei, Hanan avaliou que as reformas liberais propostas pelo presidente argentino podem ser um exemplo.

“Se der certo, é o exemplo para a América Latina. Por que? O governo dele, o ponto forte é: não à corrupção, não ao privilégio. Cortando tudo que pode. Mostrando que cortar gasto é importante”.

“O Brasil Fantástico e o Brasil Vergonhoso”

A obra aborda a dualidade do Brasil, destacando o potencial econômico do país e os desafios sociais.

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Foto/vídeo: reprodução/TV Tiradentes