Tucano rejeita se aliar a Aziz e Braga e Adail Filho é contra federação

Movimentações no Congresso revelam intenções de fusões e federações entre PSDB, Republicanos, PSD, MDB e União Brasil

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 05/02/2025 às 22:31 | Atualizado em: 05/02/2025 às 23:06

O assunto que dominou as movimentações políticas neste dia 5 de fevereiro, no Congresso Nacional, foi a criação de novas federações partidárias e fusões de legendas para aumentar o “poder de fogo” tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado.

Nessas discussões estão envolvidos PSDB, PSD, MDB, Podemos, Solidariedade, Republicanos, Progressistas e União Brasil.

E toda essa movimentação atinge os 11 membros da bancada do Amazonas. Isso porque os partidos envolvidos têm representantes do estado.

É o caso do PSDB, do senador Plínio Valério. Agora, ele é líder do partido no Senado, que saiu de um para três senadores.

A legenda, que dominou o país nos anos 90, chegou à Presidência da República por duas vezes e governou São Paulo por pelo menos duas décadas, agora está em vias de extinção.

Na Câmara, dos 513 membros, o PSDB tem apenas 13 deputados. No Senado, são 3 de 81.

No caso dos tucanos, aumentou o cerco para realizar fusão. Primeiramente, cogitou-se haver uma fusão do PSDB com o PSD, do senador Omar Aziz (AM). Do mesmo modo, os caciques do MDB, de Eduardo Braga (AM), também chegaram a iniciar conversas.

Nesta quarta-feira, os bastidores políticos deram conta de que o PSDB está dispensando os grandes partidos, mas têm preferência pelos médios, como o Solidariedade e Podemos.

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Saída imediata

Por sua vez, Valério afirmou categoricamente:

“Claro que eu saio do partido [PSDB] havendo uma fusão com o PSD, imagina com o MDB porque em âmbito nacional são partidos de apoio ao governo, portanto, não casa com a gente. Já no nível regional, estar no mesmo com o Omar [Aziz] ou com o Braga, fica muito difícil”.

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Solidariedade e Podemos

Valério disse que sua posição individual é contra a fusão. Admite as conversas com o MDB e PSD, e que isso reitera sua saída do PSDB.

Já com relação à fusão com o Solidariedade ou Podemos, que são partidos menores, ele aceita conversar, mas precisa ser convencido.

“Se os líderes históricos do partido estão na discussão, tendem a concordar, a gente tem que pensar porque precisamos cuidar da sigla, preservar a história do partido. Nesse caso [fusão com Solidariedade e Podemos] eu estudaria a possibilidade, sim, de ficar, sem dúvida alguma”.

A dúvida sobre essas negociações é com relação ao Cidadania, do deputado Amom Mandel (AM). O partido faz parte da federação com o PSDB. Mas, em caso de fusão, Valério disse não saber ao certo como ficaria a situação do Cidadania. Nem Mandel respondeu aos questionamentos do BNC Amazonas.

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Republicanos, PP e União Brasil

Outra discussão sobre federação partidária girou em torno do Republicanos, partido do novo presidente da Câmara, Hugo Motta (PB). Assim como dos deputados do Amazonas Silas Câmara e Adail Filho.

A proposta era fazer a federação com o PP, de Arthur Lira (AL) e o União Brasil, do governador do Amazonas, Wilson Lima, e dos deputados Fausto Santos Jr. e Pauderney Avelino. Juntos, esses três partidos reuniriam 153 deputados, quase um terço da Câmara.

No entanto, uma reunião da bancada do partido, ocorrida na tarde desta quarta-feira, 39 dos 40 deputados presentes rejeitaram a construção da federação Republicanos-PP-União Brasil.

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Relevância nacional

Quem deu voto contra a federação foi o deputado Adail Filho (Republicanos-AM):

“Minha posição foi contrária pois acredito que, considerando o crescimento exponencial que o partido tem experimentado a cada eleição, não seria estratégico neste momento. Com a eleição de Hugo Motta para a presidência da Câmara, nosso partido ganha uma relevância e importância ainda maior no cenário nacional. No entanto, é cedo para fazer conjecturas sobre os próximos passos e o impacto disso a longo prazo”.

Foto: Agência Senado e Douglas Gomes