Amazônia: seca extrema atingiu 459 municípios em 2024
O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais revelou que a seca afetou quase 60% dos municípios, com impactos severos e falta de políticas eficazes
Adrissia Pinheiro
Publicado em: 05/02/2025 às 15:51 | Atualizado em: 05/02/2025 às 15:54
A InfoAmazonia divulgou uma análise que revela a extensão da seca na Amazônia em 2024. Segundo os dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, 459 municípios da região (59,5%) enfrentaram algum grau de seca ao longo do ano.
Em setembro, no auge do verão amazônico, 759 cidades (98,3%) estavam em situação de seca. A maioria dos municípios passou pelo menos uma vez pelo nível moderado do problema (96,7%), enquanto 486 cidades (63%) enfrentaram seca severa e 74 (9,5%) atingiram o nível extremo.
No Acre, Feijó foi um dos mais afetados, enfrentando seca moderada, severa e extrema por dez meses seguidos.
Além disso, rios da bacia do Amazonas atingiram níveis históricos mínimos, como o rio Negro (12,66), em Manaus.
Por outro lado, o Brasil não tem um sistema específico de gestão de risco para a Amazônia. Isso dificulta respostas eficazes às crises climáticas na região.
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Nesse contexto, o estudo cruzou dados com o ICAt (Índice de Convergência Ambiental), do IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade), para analisar a gestão ambiental nos municípios.
A pesquisa revelou que 117 cidades (89%) afetadas por seca severa elegeram prefeitos com fraco desempenho ambiental, o que agrava os impactos das mudanças climáticas.
Diante disso, para Marcos Woortmann, do IDS, os gestores não estão preparados para enfrentar a seca. Até agora, as soluções foram emergenciais, sem projetos de longo prazo.
Além do mais, o climatologista José Marengo alerta que 2025 pode sofrer os efeitos do La Niña. No entanto, ele reforça que o aquecimento global continua agravando as secas na Amazônia.
Leia na íntegra na InfoAmazonia.
Foto: Ronaldo Siqueira/especial para o BNC Amazonas