Líder do PL na Câmara minimiza trairagem na eleição de Motta
A eleição de Hugo Motta para a presidência da Câmara revelou traições no PL e no PT, mostrando que a fidelidade partidária é flexível em votações secretas.

Diamantino Junior
Publicado em: 03/02/2025 às 12:41 | Atualizado em: 03/02/2025 às 12:41
A eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara, com um expressivo placar de 444 votos, escancarou um velho problema da política brasileira: a fragilidade da fidelidade partidária em votações secretas. No PL, a bancada foi orientada a apoiar Motta, mas o líder da sigla na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), admite que entre 15 e 18 parlamentares contrariaram a orientação e votaram em Marcel Van Hattem (Novo-RS).
O caso de Carlos Jordy (RJ) é emblemático. Inicialmente, ele manifestou intenção de apoiar Van Hattem, mas voltou atrás após um telefonema de Jair Bolsonaro e do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ).
Esse episódio reforça o peso da influência bolsonarista dentro do PL, mas também sinaliza que nem sempre o alinhamento ao ex-presidente é automático.
Se no PL as “traições” chamaram atenção, no PT não foi diferente.
O partido do presidente Lula também viu seus votos escaparem para o pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que teria recebido 14 apoios petistas.
Essa movimentação revela que, mesmo com uma eleição previamente acertada entre os principais blocos do Congresso, há ruídos e resistências internas que escapam ao controle dos caciques partidários.
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No fim das contas, a votação secreta permitiu que parlamentares seguissem suas convicções – ou, em alguns casos, suas estratégias pessoais – sem precisar prestar contas diretas às lideranças.
Isso evidencia uma realidade inescapável do Congresso: a fidelidade partidária é um conceito flexível e, em votações estratégicas, o jogo de bastidores sempre reserva surpresas.
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Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados