Embaixada brasileira é atacada em Kinshasa, no Congo

A Embaixada do Brasil foi atacada na República Democrática do Congo. O Itamaraty manifestou preocupação e destacou a escalada da violência no país.

Diamantino Junior

Publicado em: 29/01/2025 às 14:36 | Atualizado em: 29/01/2025 às 15:35

A representação diplomática do Brasil e diversas embaixadas estrangeiras foram alvo de ataques em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (RDC). Em nota divulgada na noite de terça-feira (28/1), o Ministério das Relações Exteriores brasileiro manifestou “grave preocupação” com os acontecimentos e informou que os funcionários da embaixada brasileira estão em segurança.

O Itamaraty destacou a inviolabilidade das missões diplomáticas e a responsabilidade do governo congolês em garantir a segurança das instalações e dos servidores estrangeiros.

Durante os ataques, a bandeira do Brasil foi retirada da sede diplomática e levada pelos manifestantes.

Conflito no leste do Congo

A escalada de violência no leste do Congo tem sido motivo de preocupação internacional.

O governo brasileiro já havia se manifestado sobre os recentes ataques contra tropas da ONU e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, que teriam resultado na morte de 13 militares. O Brasil, que contribui para a missão da ONU no país, possui atualmente 22 militares em atividade na região.

Segundo a imprensa internacional, o grupo rebelde M23 tomou controle do aeroporto de Goma, uma das maiores cidades congolesas, após uma ofensiva que resultou em várias mortes.

Goma está localizada na fronteira com Ruanda e fica a mais de 2 mil quilômetros da capital Kinshasa.

Esse é considerado o maior avanço do grupo desde 2012, em meio às disputas pelo controle dos ricos recursos minerais da região.

Em setembro de 2024, um relatório da ONU indicou que o comércio de minerais na área de Rubaya representa mais de 15% do fornecimento global de tântalo, mineral essencial para a indústria de eletrônicos e veículos elétricos. A disputa por esses recursos tem sido um dos fatores que impulsionam o conflito na região.

Resposta internacional

O Conselho de Segurança da ONU pediu o fim imediato da ofensiva do M23 no Congo e expressou preocupação com possível envolvimento do governo de Ruanda no financiamento do grupo rebelde, embora não haja confirmação oficial.

A ONU afirma que o M23 está violando um cessar-fogo estabelecido no processo de paz e que deve reverter os avanços territoriais recentes, incluindo as conquistas das cidades de Masisi e Sake.

O organismo internacional reafirmou apoio à mediação conduzida pelo presidente de Angola, João Lourenço, para buscar uma solução política entre o Congo e Ruanda.

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Segundo a ONU, os avanços do M23 representam uma grave violação dos acordos de paz e comprometem os esforços para uma resolução pacífica e duradoura do conflito.

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Foto: Reuters