Thronicke figura como única mulher na disputa pelo comando do Senado

Senadora mantém uma taxa de governismo de 68% nas votações, o que reflete sua tendência de alinhamento com o governo

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 28/01/2025 às 17:57 | Atualizado em: 28/01/2025 às 18:19

Com a candidatura oficializada desde março de 2024, a senadora Soraya Thronicke (Podemos) é a única mulher na disputa pela presidência do Senado. A eleição para a nova Mesa Diretora da Casa ocorre no próximo sábado (1º). A congressista também já foi candidata à Presidência da República pelo União Brasil em 2022.

Atualmente, ela preside a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação e tem se destacado no cenário político, especialmente por sua atuação na regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil.

O projeto de lei, que visa normatizar a produção e a comercialização desses dispositivos, já se encontra na Comissão de Assuntos Econômicos e pode ser votado em breve.

De acordo com levantamento do Congresso em Foco, Thronicke mantém uma taxa de governismo de 68% nas votações, o que reflete sua tendência de alinhamento com o governo Lula da Silva (PT).

Embora a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) também tenha se posicionado como possível candidata à presidência do Senado, seu partido optou por apoiar Davi Alcolumbre (União Brasil), favorito na disputa.

Com a candidatura, Soraya Thronicke se apresenta como uma alternativa às lideranças masculinas em um momento em que a presença feminina na política ainda é um tema relevante. 

Contudo, a força das articulações em torno de Alcolumbre e outros possíveis candidatos representam forte influência no resultado da eleição.

Eleição

Apontado como nome forte para suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência do Senado, Alcolumbre conta com o apoio de sete partidos e 70 senadores, o que supera os 41 votos necessários para a vitória.

Os principais concorrentes do político são o ex-ministro Marcos Pontes (PL-SP) e o senador Eduardo Girão (Novo-CE).

Além deles, Thronicke e Marcos do Val (ES), ambos do Podemos, também disputam a presidência.

Presidentes

Desde a redemocratização, o Senado nunca foi comandado por uma mulher. Entre alguns dos nomes que já presidiram a Casa estão José Sarney, Renan Calheiros, Eunício Oliveira e próprio Davi Alcolumbre, que, eleito com 42 votos em 2029, atualmente busca retomar o posto.

Representatividade

Embora a representação feminina no Senado tenha sofrido queda em 2023, com apenas 10 senadoras, o que representava 12,3% do total de cadeiras, em 2024 a bancada expandiu sua atuação.

Criada em março de 2021 por meio de um projeto de resolução da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a “Bancada Feminina do Senado” tem ampliado ao longo dos anos.

Em 2024, além de trabalhar pela aprovação de uma agenda legislativa voltada para os direitos das mulheres, o grupo, presidido pela senadora Leila Barros (PDT-DF), organizou audiências públicas e participou do P20, fórum de parlamentares dos países integrantes do G20.

Composta por senadoras de diferentes partidos, a Bancada Feminina deve iniciar 2025 com sua maior formação ao atingir 16 senadoras, com a posse de Dra. Eudócia (PL-AL), que assume o mandato após Rodrigo Cunha (PL-AL) tornar-se vice-prefeito de Maceió.

Com isso, o grupo supera o PSD, o partido com maior representação no Senado, que conta com 15 senadores. Das 16 senadoras, 13 são titulares e três são suplentes em exercício.

A bancada possui uma liderança rotativa e tem estrutura e prerrogativas equivalentes às de um bloco parlamentar, como a participação no colégio de líderes, orientação de votações e prioridade no uso da palavra. 

O trabalho tem gerado resultados positivos à participação feminina: em 2024, o Senado aprovou 27 proposições relacionadas aos direitos das mulheres, segundo dados da Secretaria Geral.

Com informações da Agência Senado e Congresso em Foco.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado