Moro propõe classificar PCC como terroristas, à moda de Trump
Senador quer seguir o exemplo de Trump nos EUA. A proposta surge após condenação de integrantes da facção.

Diamantino Junior
Publicado em: 23/01/2025 às 15:26 | Atualizado em: 23/01/2025 às 15:26
O senador Sérgio Moro (União-PR) anunciou que apresentará uma proposta para classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) como uma organização terrorista, espelhando-se em uma medida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A iniciativa foi revelada por Moro à Coluna do Estadão, após a condenação de oito integrantes do PCC pela Justiça Federal do Paraná, acusados de planejar seu sequestro.
De acordo com Moro, o PCC precisa ser juridicamente equiparado a grupos terroristas, como ocorre nos EUA com os grandes cartéis de drogas.
Trump, ao reassumir a Casa Branca, publicou decretos designando cartéis como organizações terroristas, o que permite maior rigor no combate a essas redes criminosas. O senador destacou que a classificação pode fortalecer a ação do Estado contra a facção.
O histórico de Moro como alvo do PCC
Sérgio Moro tornou-se alvo do PCC durante seu período como ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Jair Bolsonaro. Na ocasião, ele coordenou a transferência de líderes da facção, incluindo Marcos Camacho, o Marcola, para presídios federais. Essa decisão, tomada em conjunto com o Ministério Público e a Justiça de São Paulo, gerou represálias, culminando em planos de ataque contra o senador e sua família.
Julgamento e desafios investigativos
Após o julgamento de oito integrantes do PCC, Moro agradeceu o trabalho das instituições envolvidas e cobrou a identificação dos mandantes do plano.
Segundo o senador, as ações duras contra o crime organizado durante sua gestão foram o motivo das retaliações.
Ele ainda destacou que alguns dos acusados foram assassinados pelo próprio PCC na prisão, evidenciando o caráter implacável da facção.
A proposta de Moro, que será apresentada no retorno dos trabalhos legislativos, promete reacender o debate sobre a necessidade de instrumentos legais mais rigorosos para combater o crime organizado no Brasil.
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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado