Bolsonaro com medo: “Acordo com a sensação da PF na porta”
Ex-presidente afirmou acordar diariamente com medo de operações da PF. Ele é investigado em três inquéritos, incluindo tentativa de golpe e fraude em cartões de vacina.

Diamantino Junior
Publicado em: 22/01/2025 às 16:00 | Atualizado em: 22/01/2025 às 16:00
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou, em entrevista ao canal AuriVerde Brasil, que vive com a constante sensação de que pode ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) a qualquer momento. “Como é que você acha que eu acordo todo dia? Com a sensação da PF na porta. Qual acusação? Não interessa”, desabafou, demonstrando incômodo com as investigações em curso contra ele.
Investigações e temores
Embora ainda não seja réu, Bolsonaro foi indiciado em três inquéritos da Polícia Federal. As investigações abrangem:
Tentativa de golpe de Estado após a eleição de Lula (PT);
Falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19;
Venda ilegal de joias recebidas como presentes durante seu governo.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa se oferecerá denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caso isso ocorra, os ministros decidirão se tornam Bolsonaro réu.
O ex-presidente está com o passaporte retido e foi impedido de participar da posse do republicano Donald Trump nos Estados Unidos, por decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF).
Choro e mais choro
Bolsonaro também comentou o momento em que se despediu da esposa, Michelle Bolsonaro, que viajou aos EUA para o evento. Visivelmente emocionado, afirmou: “Por isso, a gente chora. Eu tenho as minhas fraquezas. Queria estar com ela.”
Ainda durante a entrevista, criticou o que chama de “direita limpinha”, que busca se distanciar de “seu legado político”, e reforçou a necessidade de fortalecer a bancada conservadora para as eleições de 2026.
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A declaração reflete o crescente desconforto do ex-presidente diante do cerco judicial e político que enfrenta desde o fim de seu mandato, marcando um novo capítulo em sua trajetória pós-presidência.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil