Bispa de Washington provoca a ira de Trump e de seu bando

Mariann Edgar Budde criticou políticas de Trump em sermão na posse presidencial, pedindo misericórdia por LGBTQ+ e imigrantes.

Diamantino Junior

Publicado em: 22/01/2025 às 13:27 | Atualizado em: 22/01/2025 às 13:27

Mariann Edgar Budde, líder espiritual episcopal conhecida por suas posições progressistas, gerou críticas ferozes de Donald Trump e seus apoiadores após um sermão na Catedral Nacional de Washington, parte das celebrações de posse do ex-presidente. Budde pediu “misericórdia” pelas comunidades LGBTQ+ e imigrantes, confrontando diretamente as políticas anunciadas por Trump.

A bispa fez apelos diretos ao presidente: “Milhões depositaram sua confiança em você. Em nome do nosso Deus, peço que tenha misericórdia das pessoas em nosso país que estão assustadas agora.”

Ela destacou temores de crianças LGBTQ+ e famílias de imigrantes, cujas vidas seriam impactadas pelas políticas anunciadas no discurso de posse de Trump, que incluía a promessa de endurecimento contra a imigração ilegal.

Budde também falou sobre o papel de imigrantes na economia dos EUA e reforçou o apelo:
“Nosso Deus nos ensina que devemos ser misericordiosos com o estrangeiro, pois todos nós já fomos estrangeiros nesta terra.”

Reações intensas de Trump e aliados

Trump não poupou críticas após o culto. Ele descreveu a cerimônia como “não emocionante” e acusou Budde de ser uma “radical de esquerda que odeia Trump” em sua rede social Truth Social.

Aliados de Trump também se manifestaram. O representante republicano Mike Collins sugeriu ironicamente, em uma publicação, que Budde fosse “adicionada à lista de deportação”.

Quem é Mariann Edgar Budde?

Mariann Edgar Budde, de 65 anos, é a primeira mulher eleita como bispa episcopal de Washington. Lidera 86 congregações e escolas episcopais, além de ser uma figura conhecida por suas posições progressistas em temas como inclusão LGBTQ+, reforma da imigração e justiça racial.

Crítica de longa data de Trump, Budde ganhou destaque em 2020 ao condenar o ex-presidente por usar a Lafayette Square para uma sessão de fotos durante protestos do Black Lives Matter.

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Ela escreveu no New York Times que o “Deus a quem sirvo está do lado da justiça” e chamou por “liderança moral” em tempos de crise.

Polêmicas e desafios

O sermão de Budde reflete sua abordagem direta, frequentemente desafiando líderes e políticas que considera incompatíveis com os ensinamentos cristãos. Embora tenha sido elogiada por defensores de direitos civis, ela também enfrenta críticas de conservadores religiosos e aliados políticos de Trump.

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Foto: fotospúblicas