‘Carne de caça’ causa 78% de contaminação no médio rio Solimões
Quem aponta isso nos animais silvestres são os pesquisadores da Ufam.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 20/01/2025 às 18:27 | Atualizado em: 20/01/2025 às 18:28
Em Coari, cidade no médio Solimões, uma pesquisa alarmante revelou altos índices de contaminação em carnes de animais silvestres. Entre 2019 e 2021, 78% das 170 amostras analisadas estavam contaminadas por patógenos como Mycobacterium leprae (causador da hanseníase), Trypanosoma cruzi (doença de Chagas) e Toxoplasma gondii (toxoplasmose).
Foram coletadas amostras de carne em feiras e entre a população, com o apoio da polícia civil. As análises confirmaram que a carne de caça pode contaminar utensílios e outras carnes, aumentando o risco de infecção.
Além dos riscos à saúde, o estudo também revelou os impactos ambientais do consumo de carne de caça, identificando espécies ameaçadas de extinção, como a anta, cutia, paca, e o peixe-boi, listadas pelo ICMBio.
O estudo, coordenado pela doutora Waleska Gravena, da Ufam, e apoiado pela Fapeam, teve como principal objetivo alertar sobre os riscos à saúde humana do consumo de carne de caça e destacar a importância de conscientizar a população local.
A pesquisa, com o financiamento da Fapeam, destacou a relevância do apoio estadual para investigar doenças pouco compreendidas na região amazônica.
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Foto: divulgação