Indústria registra em dezembro pior índice do ano na produção

Empresas esperam recuperação em 2025, apesar dos desafios impostos por juros elevados.

Diamantino Junior

Publicado em: 04/01/2025 às 11:24 | Atualizado em: 04/01/2025 às 11:26

O desempenho da indústria brasileira encerrou 2024 em um ritmo mais lento, atingindo o menor nível do ano devido à redução da demanda e à desvalorização do real, conforme aponta o Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgado pela S&P Global na quinta-feira (2/1).

O PMI caiu de 52,3 em novembro para 50,4 em dezembro, aproximando-se da linha dos 50 pontos que separa crescimento de contração. Este foi o patamar mais baixo do ano, igualando-se ao registrado em agosto.

A leve expansão observada em dezembro foi impulsionada por um crescimento tímido tanto nas encomendas industriais quanto na produção, ambos com os menores índices dos últimos quatro meses. Segundo o levantamento, o poder de compra reduzido das famílias foi um dos principais fatores que restringiram as vendas, enquanto as encomendas internacionais registraram queda pelo segundo mês consecutivo, afetadas pela menor demanda de clientes na Ásia, Mercosul e Estados Unidos.

Com o enfraquecimento do mercado, as contratações no setor desaceleraram, atingindo o ritmo mais fraco desde agosto de 2023.

Impacto cambial e pressão inflacionária

A depreciação do real frente ao dólar ao longo de dezembro, agravada por incertezas sobre o cenário fiscal, impactou significativamente os custos industriais. O real ultrapassou a marca de R$ 6 por dólar, elevando os gastos com commodities, alimentos e frete.

Essa alta nos custos levou as empresas a reajustarem os preços de venda, fazendo com que a inflação de insumos atingisse o maior nível em três meses.

Perspectivas para 2025

Apesar das dificuldades enfrentadas, 63% dos entrevistados demonstraram otimismo em relação a 2025, apostando em uma recuperação da demanda, melhores condições no setor automotivo e abertura de novas fábricas.

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No entanto, Pollyanna de Lima, diretora associada da S&P Global Market Intelligence, destacou que as taxas de juros elevadas podem limitar os investimentos e o crescimento econômico, exigindo que as empresas priorizem a eficiência operacional em detrimento de expansões significativas.

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Foto: reprodução