Presidente da Câmara é alvo da PF na manipulação das emendas

Parlamentares que oficiaram a denúncia ao STF apontaram problemas na forma como os recursos foram destinados.

Diamantino Junior

Publicado em: 23/12/2024 às 18:02 | Atualizado em: 23/12/2024 às 18:04

A Polícia Federal (PF) abrirá inquérito para apurar irregularidades na destinação de emendas parlamentares, com foco no presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O objetivo da investigação, determinada pelo ministro Flávio Dino, do STF, é identificar manipulações que dificultaram a transparência e o rastreamento do orçamento. Líderes e lobistas também serão alvos da apuração.

Entre os primeiros a depor estão os parlamentares Adriana Ventura (Novo-SP), José Rocha (União Brasil-BA), Glauber Braga (Psol-RJ) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).

Críticos da liberação das emendas, eles apontaram problemas na forma como os recursos foram destinados.

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Adriana Ventura afirmou que as indicações “vêm de cima”, sem deliberação colegiada nas comissões, sendo diretamente definidas pela presidência da Casa em conjunto com os líderes.

Flávio Dino destacou que as suspeitas extrapolam a autonomia institucional e a celebração de pactos políticos, indicando uma possível interferência de lobistas na alocação das verbas.

Ele também suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas, afirmando que o Poder Executivo só poderá executar as emendas de 2025 após a implementação de medidas corretivas já ordenadas pelo STF.

As suspeitas foram relatadas ao Supremo em nove petições, indicando desrespeito a deveres constitucionais de transparência e eficiência no uso de recursos públicos.

A CNN buscou contato com Lira e outros deputados citados, mas não obteve resposta até o momento.

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados