Deputada cobra solução do governo sobre hospital 28 de Agosto

A crise, conforme Mayra Dias, foi agravada com a gestão da organização social Agir, que assumiu recentemente o controle da unidade

deputada estadual Mayra Dias (Avante)

Mariane Veiga

Publicado em: 17/12/2024 às 20:00 | Atualizado em: 18/12/2024 às 09:28

A deputada estadual Mayra Dias (Avante) cobrou ações imediatas do Governo do Amazonas após denúncias de atrasos salariais, demissões arbitrárias e colapso no atendimento do hospital 28 de Agosto.

A crise, conforme ela, foi agravada com a gestão da organização social Agir, que assumiu recentemente o controle da unidade.

Profissionais de saúde relatam tratamento desrespeitoso e falta de diálogo durante a transição.

“Médicos dedicados, com salários atrasados, estão sendo desligados de forma humilhante, o que impacta diretamente no atendimento à população”, afirmou a parlamentar.

Em reunião com a Agir, na Assembleia Legislativa (ALE-AM), a entidade de Goiás havia garantido a manutenção dos profissionais.

No entanto, disse Mayra, relatos indicam o oposto: leitos foram fechados e apenas quatro médicos seguem em plantão, agravando o cenário crítico.

“Mesmo após um pagamento antecipado de R$ 31 milhões, há atrasos salariais e desligamentos injustificados”.

Conforme a deputada, ofícios ao governo pedem providências imediatas como, por exemplo, pagamento dos salários atrasados; revisão das demissões e recontratação de profissionais e restabelecimento das condições de funcionamento do hospital.

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O que diz o governo

O governador Wilson Lima afirmou que as mudanças na administração das unidades de urgência e emergência do hospital e pronto-socorro 28 de Agosto e Instituto da Mulher Dona Lindu são para melhorar a eficiência nos serviços.

O governador também reforçou que os serviços nas duas unidades seguem acontecendo normalmente.

“Não há interrupção dos serviços prestados pelo 28 de Agosto e na maternidade Dona Lindu”.

Ele disse que os prestadores de serviço que atuavam nas duas unidades tiveram prioridade no momento da contratação pela Agir, mas que algumas empresas terceirizadas não aceitaram as propostas.

“Do dia 1º de dezembro até agora, já foram contratadas 300 pessoas, além daquelas que já estavam atuando na unidade de saúde. A preferência é para o médico que está aqui. Se o médico não quiser entrar no novo sistema da empresa, se não quiser atender as exigências da empresa, de cumprir plantão, ter hora para entrar, ter hora para sair, aí paciência. Já foram contratadas empresas de urologia, gastro, nefrologista, anestesia, toráxica e também de imagem. E há a negociação para que outras duas empresas sejam contratadas”.

Sobre pagamentos, Lima disse que o governo trabalha para a regularização dos pagamentos dos prestadores de serviços das unidades.

“O hospital 28 de agosto e o Dona Lindu custavam R$ 43 milhões por mês, e hoje passam a custar R$ 33 milhões”.

Ao final, Lima convidou órgãos de controle, como Ministério Público, Defensoria Pública, Conselho Regional de Medicina e Tribunal de Contas para que confiram a nova gestão no setor.

Foto: reprodução