Governo inaugura mercado São Brás de Belém, primeira grande obra da COP-30

Prédio de 1911, no ciclo da borracha, ganhou investimento de R$ 125,6 milhões dos R$ 3,7 bilhões previstos para Belém.

Governo inaugura mercado São Brás de Belém, primeira grande obra da COP-30

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 17/12/2024 às 10:25 | Atualizado em: 17/12/2024 às 10:25

Às vésperas da reinauguração do mercado São Brás de Belém (PA), prevista para às 17h desta quarta-feira (18), após 18 meses de obras, trabalhadores da obra e comerciantes compartilham a emoção de participar da reforma de uma estrutura que devolve vida e significado a um patrimônio histórico do município. 

Inaugurado em 1911, durante o ciclo da borracha, o mercado sofreu deterioração ao longo do tempo.

A programação inclui projeções mapeadas no prédio e shows. 

Está prevista a presença de diversas autoridades do governo federal, entre elas, o ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República, Rui Costa. O diretor de coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, representará a empresa na solenidade.

A revitalização recebeu um investimento de R$ 125,6 milhões, sendo R$ R$ 89,7 milhões do governo federal, por meio da Itaipu Binacional, e R$ 35,9 milhões da Prefeitura de Belém. 

O antigo mercado, estrutura principal do complexo gastronômico e cultural de São Brás, que inclui a praça Floriano Peixoto, é a primeira de uma série de entregas estruturais em Belém, a sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em 2025.

Uma de suas contribuições mais recentes ao complexo foi a recriação das esculturas das Três Marias, obra do artista Bruno Giorgi (1905-1993) – o mesmo autor da escultura “Os candangos”, em Brasília. 

As peças originais em bronze haviam sido roubadas da praça Floriano Peixoto, restando apenas uma parte em um museu do Pará. 

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Modernização 

A estrutura ganhou novos pisos e agora conta com três andares, escadas rolantes, elevadores panorâmicos, varanda e anexos. 

Um estacionamento subterrâneo foi criado com 200 vagas para carros, 80 para bicicletas e 40 para motos.

O ambiente também terá reforço na segurança: o prédio anexo, que abrigou os comerciantes durante a reforma, será revitalizado para centralizar a administração do complexo. 

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Urbanização sustentável

O investimento federal de R$ 3,7 bilhões, com R$ 1,3 bilhão da Itaipu, faz parte de uma estratégia para transformar Belém em um exemplo de urbanização sustentável, deixando um legado de práticas socioambientais para todo o Brasil. 

“A forma como a restauração foi conduzida, integrando o comércio existente, os aspectos sociais, econômicos e culturais, mostram como investimentos em infraestrutura podem respeitar a história e a tradição local”, disse Carboni, da Itaipu Binacional. 

São várias frentes de atuação que vão de obras de infraestrutura, como a construção do parque urbano do igarapé São Joaquim, à restauração de outros marcos históricos e culturais como o mercado Ver-o-Peso, a feira do Açaí, as Docas, o mercado da Carne e do Peixe. 

Há ações de saneamento, como a nova rede coletora de esgoto de 18.900 metros do parque linear das Docas, estrutura que também recebe recursos da binacional e terá 1,2 quilômetro de extensão. 

Outros projetos incluem a pavimentação de 100 quilômetros de vias urbanas e a construção de complexo hoteleiro. 

No campo da inovação, está prevista a instalação de vias inteligentes, com monitoramento de segurança, gestão de tráfego e totens informativos. 

Estão sendo implementadas iniciativas como o Centro de Inovação e Bioeconomia, a construção e reforma de barracões para unidades de valorização de resíduos, e o desenvolvimento de um protótipo de barco sustentável movido a hidrogênio verde. E

Em parceria com a Fadesp, Itaipu promove a educação ambiental, com instalação de 32 biodigestores em escolas municipais, fornecimento de equipamentos para catadores e apoio técnico para a operacionalização de unidades de valorização de resíduos modelo.

Fotos: Stela Guimarães/Itaipu Binacional