Vídeo da Marinha crítica civis e arranha imagem da instituição

Produção gera polêmica ao comparar militares e civis, sugerindo "farras" e criticando ajuste fiscal.

Diamantino Junior

Publicado em: 08/12/2024 às 14:35 | Atualizado em: 08/12/2024 às 14:35

A Marinha do Brasil enfrentou críticas severas após divulgar um vídeo nas redes sociais, em comemoração ao Dia do Marinheiro, que tentou exaltar o trabalho militar em contraste com o estilo de vida de civis.

Na peça, marinheiros realizam exercícios intensos, enquanto civis são mostrados em situações de lazer.

O vídeo sugere que os brasileiros vivam na “farra”, o que gerou reações de indignação e ironia.

A frase “Privilégios? Vem para a Marinha” intensificou a polêmica, com muitos considerando o vídeo ofensivo e contraproducente para criticar o ajuste fiscal proposto pelo governo.

A repercussão trouxe à tona outros momentos polêmicos envolvendo a Força. Entre eles, o infame desfile de blindados em 2021, promovido pelo almirante Almir Garnier, que gerou deboche pela emissão de fumaça excessiva.

Garnier também esteve associado à tentativa de golpe após as eleições presidenciais, aumentando o desgaste da imagem institucional.

A tentativa da Marinha de se posicionar contra o ajuste fiscal foi mal recebida, principalmente devido à discrepância entre os cortes destinados à população em geral e os benefícios preservados para militares.

O ajuste impõe idade mínima de 55 anos para aposentadoria de militares, permitindo uma carreira mais curta que a dos civis, além de manter regalias como supersalários de adidos no exterior, com valores acima de R$ 100 mil. Enquanto isso, programas sociais e o salário mínimo enfrentam restrições.

Leia mais

Ex-comandante da Marinha “some” após ser delatado por Cid

Diante das críticas, a Marinha alegou que não pretendia atacar o ajuste fiscal, mas a explicação não convenceu.

A opinião pública sugeriu que a Força deveria concentrar esforços em questões relevantes, como melhorar serviços essenciais, já que até o telefone de emergências marítimas estava fora de operação.

Leia mais no O Globo