Deputado aciona Defesa sobre venda à China da reserva de urânio no AM

A venda foi comunicada, na terça-feira (26), pela empresa mineradora Taboca ao governo estadual.

Deputado aciona Defesa sobre venda à China da reserva de urânio no AM

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília  

Publicado em: 29/11/2024 às 08:10 | Atualizado em: 29/11/2024 às 12:20

O deputado federal Alberto Neto (PL) protocolou requerimento no Ministério da Defesa solicitando informações sobre a compra pela China da maior reserva de urânio do país, localizada no município amazonense de Presidente Figueiredo, a 100 quilômetros de Manaus.

A venda foi comunicada, na terça-feira (26), pela empresa mineradora Taboca ao governo estadual. A empresa, que atua na mina do Pitinga, na região da hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo, transferiu 100% das suas ações à CNT, China Nonferrous Trade Co. Ltd., subsidiária da China Nonferrous Metal Mining Group Co..

Essas empresas chinesas compraram a reserva por US$ 340 milhões, cerca de R$ 2 bilhões. A mina possui outros minérios como estanho, cassiterita, columbita, nióbio, urânio e tântalo.

“É imperativo que o governo brasileiro, em colaboração com as autoridades estaduais do Amazonas, reavalie os termos desse acordo. Devemos assegurar que a exploração dessa reserva traga benefícios tangíveis para a população local e para o desenvolvimento nacional, garantindo que os interesses do Brasil sejam priorizados”, justifica o parlamentar.

Além disso, diz o deputado, é essencial que haja total transparência em relação aos impactos ambientais e sociais decorrentes dessa operação.

“A região amazônica, com sua biodiversidade única, exige cuidados especiais para que o progresso econômico não comprometa seu equilíbrio ecológico”, diz.

Entre os pedidos de informações, o parlamentar questiona se a pasta da Defesa, por meio de suas assessorias o dos gestores do Programa Calha Norte, acompanhou o processo de compra realizado pela empresa chinesa de reserva de mineral.

Também perguntou se houve estudos de impacto econômico, social e ambiental da exploração da reserva por empresa estrangeira.

“O governo brasileiro recebeu algum tipo de benefício financeiro ou acordos em troca da venda dessa reserva de urânio? E como a venda dessa reserva pode afetar o setor nuclear e a produção de energia no Brasil?”, foram outros questionamentos.

Leia mais

Amazonas: chineses são donos da maior mina de urânio por apenas R$ 2 bi

China compra no Amazonas maior reserva de urânio do Brasil

Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados