Policiais usavam carro da igreja na segurança de Malafaia
PMs usaram carro da igreja em segurança de Silas Malafaia durante tentativa de assalto

Diamantino Junior
Publicado em: 28/11/2024 às 16:27 | Atualizado em: 28/11/2024 às 16:27
Os policiais militares envolvidos na troca de tiros durante a tentativa de assalto ao pastor Silas Malafaia, no Rio de Janeiro, utilizavam um veículo registrado como propriedade da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, igreja liderada por Malafaia. A informação, confirmada em consulta a bancos de dados, não foi mencionada no relatório policial ou nos depoimentos dos agentes à 22ª DP (Penha), que registrou o caso ocorrido na quarta-feira (26/11).
A corregedoria da Polícia Militar (PM) suspeita que os policiais atuavam como seguranças privados do pastor, prática proibida pelas normas da corporação. A omissão dessa informação nos depoimentos pode reforçar essa hipótese. Procurados, os agentes não responderam, e a assessoria de Silas Malafaia não retornou os contatos feitos.
A tentativa de assalto
Os policiais André Luiz Barcelos, Ricardo Barbosa e Obedis Almeida Rosa relataram estar de folga, dentro do Toyota vinculado à igreja, quando presenciaram quatro homens tentando roubar a BMW blindada em que Malafaia estava. Após o fracasso da tentativa contra a BMW, os criminosos teriam tentado roubar o veículo dos PMs, momento em que houve reação dos agentes.
No confronto, os policiais dispararam um total de 23 vezes. Um dos suspeitos, identificado como Gabriel Ribeiro Pedro, de 23 anos, foi baleado e preso após receber atendimento médico. Ele já teve alta e passará por audiência de custódia.
Investigação e omissões
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram policiais à paisana, armados, cercando uma unidade de saúde durante o atendimento ao suspeito baleado.
A corregedoria apura as circunstâncias do caso, incluindo a possível prestação de segurança privada ao pastor e o uso do veículo da igreja na ocorrência.
Leia mais
‘Covarde, omisso e porcaria de comando’, diz Malafaia do aliado Bolsonaro
Além disso, as versões apresentadas pelos agentes levantam questionamentos sobre o contexto da ação e os disparos realizados. A polícia continua as investigações, já tendo identificado os outros suspeitos envolvidos na tentativa de assalto e troca de tiros.
Leia mais Folha de S.Paulo
Foto: reprodução