Peixes do rio Madeira têm alta contaminação de mercúrio do garimpo
É o que afirma estudo de pesquisadores da UEA e da universidade de Harvard.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 14/11/2024 às 15:54 | Atualizado em: 14/11/2024 às 16:03
Peixes do Rio Madeira foram encontrados com altos níveis de mercúrio, de acordo com um estudo recente da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) em colaboração com a Universidade de Harvard. A pesquisa, que integra uma campanha de monitoramento das águas da região, destacou a presença preocupante do metal em várias espécies de peixes, associando a contaminação ao garimpo ilegal e seus efeitos devastadores sobre os ecossistemas locais.
O professor Sérgio Duvoisin Junior, responsável pelo Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Amazonas (ProQAS/AM), explicou que a expedição incluiu várias coletas.
Coletaram-se amostras de água, sedimentos e peixes consumidos na região. Além disso, a decisão de incluir a análise de mercúrio surgiu devido ao impacto da mineração ilegal na área.
Dados obtidos pela equipe de Harvard revelaram que, em algumas espécies de peixes, os níveis de mercúrio superam os limites recomendados para consumo humano.
Além disso, as análises indicaram que peixes predadores, que acumulam até um miligrama de mercúrio por quilo, estão acima dos níveis seguros para consumo.
Por outro lado, peixes não predadores, cujo limite seguro é de 0,5 miligrama de mercúrio por quilo, também apresentam contaminação acima do nível permitido.
O jaraqui, por exemplo, apresentou quase o dobro da quantidade segura de mercúrio, expondo um risco significativo à saúde dos consumidores locais.
Para ampliar a compreensão do problema, a UEA e a Universidade de Harvard planejam expedições futuras nos próximos três anos.
Essas expedições visam consolidar uma plataforma de monitoramento contínuo do mercúrio no Rio Madeira. O monitoramento busca identificar padrões da contaminação.
A intenção é também traçar estratégias para mitigar os impactos ambientais na região afetada pelo mercúrio.
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A matéria é do G1. Leia na íntegra.
Foto: Fotos: Gustavo Rodrigues/UEA/Secom