Plano do terrorista bolsonarista era matar ministro Alexandre de Moraes
A ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz informou à Polícia Federal as intenções dele durante o atentado em Brasília, e que fazia parte de grupos radicais. A PF segue investigando.

Diamantino Junior
Publicado em: 14/11/2024 às 14:07 | Atualizado em: 14/11/2024 às 14:07
A Polícia Federal (PF) registrou nesta quinta-feira (14/11) novas informações sobre o atentado à bomba na Praça dos Três Poderes, realizado por Francisco Wanderley Luiz, também conhecido como Tiu França. Encontrada no interior de Santa Catarina, Daiane, ex-mulher de Francisco, revelou aos agentes que ele planejava matar o ministro Alexandre de Moraes e qualquer outra pessoa que estivesse presente no momento do ataque.
Planejamento do atentado
Segundo Daiane, Francisco teria feito pesquisas no Google para planejar o atentado, compartilhando detalhes de suas intenções com ela. Ao questioná-lo sobre o plano, Daiane perguntou: “Você vai mesmo fazer essa loucura?”, tentando entender a gravidade do que ele pretendia. As informações ainda estão sendo formalizadas pela PF, que a conduziu para prestar depoimento oficial.
Laços com grupos radicais
A PF continua investigando as conexões de Francisco com grupos extremistas. Ele era conhecido por fazer parte de grupos radicais e por publicar ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos e figuras públicas em suas redes sociais. Francisco, que foi candidato a vereador em 2020 pelo PL de Santa Catarina, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, já estava sob observação devido às suas atividades online.
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Mensagem enigmática no local do crime
Na casa que Francisco alugou em Brasília, a PF encontrou inscrições no espelho, que fazem referência aos atos golpistas de 8 de janeiro. A mensagem, direcionada à Debora Rodrigues — presa em 2023 por vandalizar a Estátua da Justiça — dizia: “DEBORA RODRIGUES, Por favor não desperdice batom. Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT.” A PF considera essa mensagem uma manifestação clara de sua intenção em danificar símbolos do Estado e agravar o atentado.
Continuidade das investigações
Com as novas informações, a PF segue investigando os detalhes do caso e possíveis conexões de Francisco com outros envolvidos em atos extremistas. A identificação desses laços e as intenções por trás do atentado são essenciais para entender o escopo de sua ação e prevenir futuras ameaças.
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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil