Remédios perigosos ao idoso são receitados com frequência. Saiba quais
Pesquisa brasileira aponta que 71,8% dos idosos internados receberam medicamentos inadequados, aumentando complicações e custos hospitalares.

Diamantino Junior
Publicado em: 11/11/2024 às 18:34 | Atualizado em: 11/11/2024 às 18:34
Um estudo inédito conduzido por pesquisadores brasileiros, publicado no Journal of the American Medical Directors Association, chama a atenção para os riscos do uso de medicamentos potencialmente inapropriados (MPIs) em pessoas idosas.
Esses fármacos, que incluem analgésicos, antidepressivos e anti-inflamatórios, são associados a mais riscos de efeitos adversos do que benefícios para a população acima de 60 anos, especialmente quando existem opções mais seguras disponíveis.
Impactos na saúde pública
A pesquisa, realizada entre 2022 e 2023, analisou cerca de 15 mil internações de idosos em hospitais brasileiros. Segundo o estudo, 71,8% dos pacientes tiveram prescrições que acionaram alertas de uso de MPIs. Esses alertas indicam maior probabilidade de internações prolongadas e complicações graves, como quedas, confusão mental e até morte, aumentando os custos para o sistema de saúde.
De acordo com o geriatra Pedro Curiati, do Hospital Sírio-Libanês, que liderou a pesquisa, os dados foram obtidos a partir de prontuários eletrônicos e sistemas como o Medi-Span, que alertam sobre potenciais erros de prescrição e riscos de eventos adversos. “Esses pacientes tendem a ter mais complicações durante a internação, o que reforça a necessidade de atenção especial no uso de medicações para esse público”, destaca Curiati.
Modernização do sistema de saúde
Com o aumento da população idosa no Brasil, que atingiu 10,9% em 2022, o estudo enfatiza a urgência de modernizar o sistema de saúde para melhor atender essa geração.
As pessoas idosas, que muitas vezes fazem uso contínuo de vários medicamentos para condições crônicas, como hipertensão e diabetes, precisam de uma avaliação cuidadosa para evitar o uso de MPIs, que podem agravar seu quadro clínico.
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A pesquisa evidencia a necessidade de sistemas que auxiliem os profissionais da saúde a identificar esses medicamentos e prevenir danos.
Trabalhos como esse são essenciais para melhorar a qualidade de vida da população idosa e otimizar os recursos da saúde pública.
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Foto: banco de imagens