Na terra ianomâmi, indígena mata indígena por causa de celular

O indígena suspeito, segundo o Ministério da Saúde, atuava como agente de saúde

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 12/11/2024 às 11:56 | Atualizado em: 12/11/2024 às 17:19

O indígena Vilson da Silva Souza (foto), técnico de enfermagem, foi morto, dia 9, ao ser atingido com uma flechada na terra ianomâmi, em Roraima.

O crime aconteceu durante uma confusão com colega de trabalho, também indígena.

Segundo o g1, a informação sobre a morte de Vilson foi divulgada pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviços de Saúde de Roraima (Siemesp).

“O sonho dele era levar saúde para os povos indígenas. Ele era do povo Macuxi e sempre falava sobre isso”, disse a técnica de enfermagem Dilanes Lima, de 45 anos. Ela era prima da vítima.

Assim, quando conversou com o g1, Dilanes e outros primos de Vilson aguardavam o corpo chegar no Instituto Médico Legal (IML), em Boa Vista.

De acordo com a publicação, a vítima e família viviam comunidade Enseada em Uiramutã, ao Norte de Roraima.

“Ele queria se formar para ganhar mais conhecimento e dizia que sonhava em ser um profissional atuando na própria comunidade indígena. Então, ele estudava e trabalhava. Formou como técnico e trabalhou em vários lugares, mas sempre que podia, voltava e contribuía também”, disse Dilanes.

Dessa forma, o indígena suspeito, segundo o Ministério da Saúde, atuava como agente de saúde na Unidade Básica de Saúde Indígena e vai ser desligado do cargo.

“O Ministério da Saúde determinou o desligamento do agente indígena de saúde do cargo na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) da Aldeia Maraxiú. Ele foi acusado de matar um técnico de enfermagem, de 27 anos”, disse o Ministério.

“O relato que recebemos da denúncia é de que o indígena estava com o celular carregando na unidade, o Vilson tirou o celular para carregar o dele. Foi aí que a confusão começou. Ele lançou a flecha com a intenção de matar. Foi um golpe certeiro, abaixo da axila, atingindo o pulmão e o coração”, contou Joana,

Ela é presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviços de Saúde de Roraima (Siemesp).

Leia mais no g1.

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Foto: arquivo pessoal