’Direção espiritual’, diz à PF padre da minuta do golpe de Bolsonaro
Investigações miram mensagens do suspeito com golpistas.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 08/11/2024 às 16:59 | Atualizado em: 08/11/2024 às 16:59
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, na Grande São Paulo, negou ontem (7) à Polícia Federal (PF) ter colaborado na redação da minuta do golpe.
Ou seja, documento de fundamentação jurídica para legitimar um golpe de Estado, articulado por pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após a derrota nas eleições de 2022.
Assim, o advogado Miguel da Costa Carvalho Vidigal, que representa o padre José Eduardo, entende que o depoimento foi positivo. Como informa o Metrópoles.
Com isso, segundo ele, demonstrou que o padre nunca participou de qualquer reunião nem colaborou na redação de qualquer documento que visasse favorecer uma ruptura institucional no país.
Segundo o defensor mensagens no celular do religioso com fiéis que procuravam com regularidade era para obter “direção espiritual”.
“Frases tiradas de contexto, que nada tinham a ver com a investigação, em mensagens que estão protegidas pelo Sigilo Sacerdotal. É um precedente imenso em nosso país que não pode ser ignorado. O Estado Laico que impera em nossa legislação prevê a total separação da Igreja e do Estado”, avaliou o advogado.
Ainda de acordo com a PF, o padre José Eduardo participou de uma reunião no dia 19 de novembro de 2022, com Filipe Martins e Amauri Feres Saad, para tratar do plano golpista, no Palácio do Planalto.
Sobretudo, assessor de Bolsonaro durante o governo do ex-presidente, Filipe Martins foi preso no dia 8 de fevereiro deste ano, no Paraná.
Além disso, também alvo da operação, o advogado Amauri Saad é apontado como o redator da minuta golpista que levou a PF a deflagrar a operação contra bolsonaristas.
Como resultado, o padre José Eduardo foi alvo de um mandado de busca e apreensão e está proibido de manter contato com os demais investigados, de deixar o país.
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Foto: reprodução/redes sociais