Amazônia: indígenas criam G9 por proteção da floresta
O G9 da Amazônia indígena deve pressionar de forma conjunta os seus respectivos governos pela defesa do bioma

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 31/10/2024 às 07:54 | Atualizado em: 31/10/2024 às 07:57
Indígenas dos nove países da Amazônia criaram o G9, grupo de coalizão anunciado durante a COP16, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre biodiversidade que ocorre em Cali, na Colômbia.
Conforme a Folha de S.Paulo, o G9 da Amazônia indígena deve pressionar de forma conjunta os seus respectivos governos pela defesa da floresta. Assim como dos povos tradicionais, da biodiversidade e do clima global.
Dessa forma, no último sábado (26), organizações indígenas de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela formaram a aliança inédita e pactuaram estratégias.
Na ocasião, a delegação do Brasil lançou também uma declaração conjunta dos povos indígenas rumo à COP30 (convenção do clima da ONU que será realizada em Belém em 2025).
De acordo com a publicação, o manifesto exige do governo brasileiro a copresidência do evento e o fim da extração de petróleo e gás na Amazônia.
Segundo os indígenas, o G9 não contará, inicialmente, com grupos de direção, sede ou processos de escolha de dirigentes.
A proposta é que todas as organizações participantes tenham o mesmo peso na tomada de decisões, feita em consenso.
Pan-Amazônia
Ainda segundo a publicação, a primeira reivindicação das comunidades da Pan-Amazônia é o reconhecimento, pelos governos de todo o mundo. Ou seja, de que os povos tradicionais são as principais autoridades morais no que se refere à conservação dos biomas. Al e à proteção da diversidade de espécies e do clima.
Assim, o Brasil é representado no grupo pela Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira). Ela é um das bases que formam a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), considerada a maior entidade de representação indígena do país.
Nesse sentido, Toya Manchineri, coordenador-geral da Coiab, afirmou que o grupo de coalizão prepara um caminho de diálogos sobre soluções climáticas para a COP30.
“O G9 é um espaço técnico e político para que possamos cada vez mais unificar o movimento indígena da Bacia Amazônica, pensando em fazer incidência tanto nas COPs climáticas como na COP da biodiversidade”, disse, durante o evento de criação do grupo.
“Precisamos estar cada vez mais unidos discutindo os temas que são de relevante importância para nós, povos indígenas, mas também para a sociedade não indígena, ou seja, trabalhar para que cada vez mais possamos trazer pessoas que possam contribuir com os povos indígenas na defesa do meio ambiente, do clima e na defesa da vida.”
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Foto: Kaiti Tropramre/divulgação/Coiab