Brasil, um país de manetas
Neste artigo, o autor quer refletir em profundidade sobre os fatos assinalados quase diariamente pelos jornais e TV em matéria de furto e roubo.

Ednilson Maciel, por Flávio Lauria*
Publicado em: 21/10/2024 às 15:34 | Atualizado em: 21/10/2024 às 15:34
Pela lei do Alcorão, o ladrão deve ter a mão direita decepada. Nos tempos atuais, por influência da tecnologia ocidental, a única concessão que os islamitas fazem é permitir a anestesia do braço do condenado.
Suponha só o leitor se, como consequência da vitória do islã no mundo, o Brasil fosse islamizado: acabaríamos virando um país de manetas, pois, haveria multidões com a destra decepada, de deputados, ministros, senadores, juízes, governadores ao povão analfabeto do interior.
Basta ler os jornais: a lista dos “lalaus” e assemelhados não acaba; cada dia aparecem mais em todas as camadas sociais.
Se um caminhão sofre qualquer acidente nas estradas, num instante sua carga é saqueada pela população da vizinhança.
Pelo visto, o sétimo mandamento do Decálogo é aqui simplesmente desconsiderado senão ignorado: as exceções confirmam a regra.
Somos então um país de ladrões, pelo menos em maioria?
Que o leitor responda e não eu.
Apenas quero aqui refletir em profundidade sobre os fatos assinalados quase diariamente pelos jornais e TV em matéria de furto e roubo.
A ideia de propriedade nasce no homem como consequência do trabalho.
Ora, nossos índios e primeiros colonizadores apenas colhiam na natureza o que precisavam para o próprio sustento: O título do livro de Jorge Amado, “Terras do sem fim”, é um documento significativo dessa mentalidade ingenuamente coletivista.
Quantos séculos levou a Inglaterra, por exemplo, para enraizar na mentalidade de seu povo os direitos do cidadão?
A Magna Carta é de 1215 e nunca foi abolida, mas só enriquecida com novas leis de detalhamento do texto primitivo e, até hoje, o Parlamento britânico permanece atento a qualquer violação de direito individual.
Logo, para o brasileiro deixar de roubar precisa ir à escola desde cedo, aprende a ganhar o seu pão com o suor do próprio rosto e “não fazer aos outros o que não quer que lhe façam”, como já ensinava o velho Confúcio.
Ora, isso vai demorar um bom tempo, mas um dia chegaremos lá: aí, então, seremos plenamente desenvolvidos.
Com a derrocada do comunismo no mundo, a partir da própria ex-União Soviética, a ideia de propriedade perdeu aquele triste ranço coletivista de Proudhon para quem “a propriedade é o roubo” e partilhado ainda por muitos esquerdistas.
Claro que ela não pode atender contra os direitos individuais do cidadão e tem os limites do bom senso e, por isso, a luta entre direita e esquerda não faz mais sentido hoje em matéria de posse de bens.
No Brasil, a ideia de propriedade evoluiu na razão direta do crescimento demográfico: a prova está nesse grande movimento dos sem-terra.
Afinal, as florestas produzem oxigênio, indispensável à vida, logo são muito produtivas: derrubá-las é um crime contra a saúde do povo.
Se continuar esse infeliz desmatamento do Brasil, seremos um dia obrigados a viver com máscaras de oxigênio.
A racionalidade nem sempre tem norteado a evolução do nosso povo.
O respeito ao direito alheio é a base da sociedade democrática. Para construirmos o Brasil com que todos sonhamos é preciso conscientizar cada cidadão de que só terá seus direitos respeitados na medida em que respeitar os dos outros.
O autor* é mestre e doutor em administração pública.
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