Amazonas: reaberto caso do promotor que chamou advogada de cadela

CNMP decidiu retomar o procedimento disciplinar contra o promotor aposentado Walber Nascimento.

Diamantino Junior

Publicado em: 10/10/2024 às 16:21 | Atualizado em: 10/10/2024 às 16:21

Por decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), será retomado o procedimento disciplinar contra o promotor aposentado Walber Nascimento, que comparou a advogada Catharina Estrella a uma cadela durante audiência no Tribunal do Júri de Manaus, em setembro de 2023.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (8/10), acatando o recurso da advogada Soraia da Rosa Mendes, representante de Estrella.

Inicialmente, o procedimento havia sido arquivado em março pelo corregedor nacional do Ministério Público, Ângelo Nascimento Farias da Costa, devido à aposentadoria voluntária do promotor.

Durante a sessão do CNMP, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, seguiu o voto do relator Paulo Cezar dos Passos, que recomendou a instauração do procedimento administrativo.

Gonet destacou que houve divergências entre os conselheiros Jaime Miranda e Edivaldo Nilo, que votaram contra a retomada.

Além da ofensa contra a advogada, outras declarações feitas por Walber Nascimento também foram mencionadas durante a sessão.

Em uma audiência anterior, o promotor fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), associando-os a uma “quadrilha de ladrões”. Essas declarações levaram o CNMP a decidir pela abertura de um novo procedimento investigativo para apurar as ofensas.

O corregedor nacional do MP, Ângelo Fabiano Farias da Costa, reafirmou que Nascimento será investigado também por essas declarações.

Leia mais

Advogada x cadela: aposentado, promotor quer entrar na OAB/AM

“Já deixando claro que, se houver um posicionamento do plenário pela instauração do procedimento, vou determinar a instauração de procedimento disciplinar desses outros fatos relativos a ofensas aos ministros do STF e ao presidente da República”, afirmou o corregedor.

A decisão reflete a gravidade das ações do promotor, que, mesmo aposentado, será submetido a investigações por suas atitudes durante o exercício de suas funções.

Leia mais no portal A Crítica

Foto: reprodução