Só em agosto, de cada R$ 5 do Bolsa-Família, 1 foi para apostas nas bet

Somente no mês de agosto, beneficiários do programa Bolsa Família destinaram R$ 3 bilhões às apostas online, conhecidas como “bets”, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira (24/9) pelo Banco Central (BC). Esse montante representa 21% dos R$ 14,1 bilhões pagos pelo governo federal ao programa no período, significando que, a cada R$ 5 repassados, R$ 1 foi utilizado em apostas.

O levantamento revelou que cerca de 5 milhões de beneficiários usaram parte da renda recebida para apostar, destacando o impacto crescente das bets na economia das famílias em situação de vulnerabilidade.

As apostas online, que vêm crescendo de forma desregulada no país, chamaram a atenção de autoridades como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que recentemente classificou o problema como uma “pandemia de apostas”, destacando os prejuízos causados às famílias mais pobres.

O BC também ressaltou que a população mais vulnerável é a mais afetada pelas apostas, devido ao apelo comercial das promessas de enriquecimento rápido.

O perfil dos apostadores, segundo o BC, é majoritariamente composto por jovens entre 20 e 30 anos, com variações nos valores gastos conforme a faixa etária. Enquanto os mais jovens gastam cerca de R$ 100 por mês, pessoas mais velhas chegam a desembolsar até R$ 3 mil em apostas.

Crescimento do endividamento

Além do levantamento do BC, um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicou que, no primeiro semestre de 2024, 1,3 milhão de brasileiros ficaram inadimplentes devido às apostas online.

No total, os brasileiros já gastaram R$ 68 bilhões nas bets, sendo que 22% da renda familiar no último ano foi destinada a essa atividade.

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A CNC alerta que o aumento dos gastos com apostas pode agravar ainda mais os níveis de inadimplência nas famílias brasileiras.

As apostas online vêm se consolidando como um problema social e econômico, afetando de forma severa a população mais vulnerável e pressionando as autoridades a encontrar soluções para regular o setor e mitigar os impactos do vício em jogos.

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Foto: banco de imagens