Órgãos federais comemoram fim da desintrusão da terra indígena karipuna

Operação destruiu mais de 20 edificações irregulares e apreendeu 54 metros cúbicos de madeira ilegal.

Órgãos federais comemoram fim da desintrusão da terra indígena karipuna

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas*

Publicado em: 30/07/2024 às 06:22 | Atualizado em: 30/07/2024 às 06:22

Órgãos federais realizam, na tarde desta terça-feira (30), em Rondônia, uma cerimônia para marcar a conclusão da operação de retirada (desintrusão) de não indígenas da terra indígena karipuna.

A desocupação das terras da União destinadas ao usufruto exclusivo indígena começou no início de junho deste ano.

A operação foi em cumprimento à determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e em consonância com uma decisão da Justiça Federal.

Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) classificou com “sucesso” a operação para remover “grileiros e extrativistas ilegais”.

Dessa forma, integrantes de mais de 20 órgãos federais participaram do processo de desintrusão.

Segundo a pasta, foi deflagrado para “resguardar a vida dos indígenas e assegurar a eles o direito exclusivo do uso da terra, conforme previsto na Constituição Federal”.

Ainda de acordo com o MPI, a operação destruiu mais de 20 edificações irregulares e apreendeu 54 metros cúbicos de madeira ilegal.

O detalhamento dos resultados, contudo, só será apresentado durante o ato desta terça-feira, previsto para ocorrer na aldeia Panorama.

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Terra indígena karipuna

Localizada entre as cidades de Porto Velho e Nova Mamoré, próxima à fronteira com a Bolívia, a terra indígena karipuna ocupa cerca de 153 mil hectares.

Nesse sentido, cada hectare corresponde aproximadamente às medidas de um campo de futebol oficial.

Demarcada em 1997 e homologada em 1998, a área e, consequentemente, os indígenas detentores do direito à ocupação, sofrem com a investida ilegal de madeireiros, grileiros, pecuaristas e pescadores.

Conforme cronograma que a Casa Civil da Presidência da República, que coordenou a operação, divulgou no início do mês passado, uma vez concluída a desintrusão, o governo federal iniciará a fase de consolidação.

Ou seja, com a implementação de medidas para impedir ou dificultar o retorno dos invasores, entre as quais a inutilização de instalações como pontes, vias de acesso, cercas, construções e outras que não sejam de interesse do povo originário. 

O governo federal também promete promover ações diárias de monitoramento e patrulhamento.

*Com informações da Agência Brasil.

Foto: divulgação/Polícia Federal