Apagão de dados do meio ambiente com Bolsonaro e Salles vai ser investigado

Entre os documentos públicos apagados está um estudo de 2015, que previu fortes chuvas no Rio Grande do Sul e outras tragédias climáticas

Ferreira Gabriel

Publicado em: 23/07/2024 às 10:58 | Atualizado em: 23/07/2024 às 10:58

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pediu, nesta terça-feira (23), que a Corte investigue o apagão de dados do Ministério do Meio Ambiente durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

A pasta, comandada pelo ex-ministro Ricardo Salles (PL), retirou do ar documentos públicos dos últimos 30 anos. O caso foi revelado pelo colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles.

Entre os documentos “extraviados” está um estudo de 2015, que previu fortes chuvas no Rio Grande do Sul e outras tragédias climáticas. A indicação é de que os danos poderiam ter sido amenizadas com a interferência do poder estatal.

O Ministério, ao site, confirmou que diversos arquivos “ficaram extraviados” entre 2019 e 2022, durante a gestão bolsonarista, quando o site da pasta foi transferido de endereço. Parte do material, indica o comunicado, foi recuperado por analistas. Há, porém, arquivos desaparecidos.

O pedido do MP junto ao TCU protocolado nesta terça cita violações constitucionais na ação da gestão bolsonarista ao promover a exclusão dos arquivos. O pedido é assinado pelo sub-procurador-geral Lucas Rocha Furtado.

“Flagrante atentado ao interesse público, com prejuízo não só à transparência devida pela administração pública e ao acesso à informação eventualmente valiosa para pesquisadores da área da preservação ambiental e para o controle social dos atos de de gestão, mas sobretudo de atitude ilegal que gerou tragédias em razão de apagão de informações necessárias ao seu combate, inclusive à sua prevenção”, escreveu o subprocurador-geral no pedido.

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Foto: Marcos Corrêa/PR