Garimpo ilegal em terra ianomâmi tem prejuízo de R$ 110 milhões
O extrato de custos do garimpo foi mapeado através do trabalho de inteligência realizado pelos órgãos federais

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas*
Publicado em: 12/07/2024 às 06:55 | Atualizado em: 12/07/2024 às 10:57
O garimpo ilegal na terra Indígena ianomâmi contabiliza um prejuízo de mais de R$110 milhões imposto aos criminosos. Por exemplo, com a inutilização de aeronaves, motores e geradores, entre outros equipamentos usados na atividade criminosa.
Ou seja, as ações criminosas de garimpeiros estão em processo acentuado de queda desde a implantação da Casa de Governo, em Boa Vista (RR), no final do mês de fevereiro deste ano.
Com todas as ações do Governo Federal centralizadas e coordenadas na nova estrutura, o resultado do trabalho dos 31 órgãos federais que atuam na região estabeleceu ao garimpo ilegal a destruição da infraestrutura montada para as ações criminosas.
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Total de prejuízos
Do valor total de prejuízos impostos às atividades de criminosos na terra indígena, somente com apreensões de ouro e outros minérios, o valor corresponde a R$ 9 milhões, apreensão de veículos R$ 2 milhões e multas aplicadas já somam R$ 11 milhões.
Em outra frente, que se dá por meio de destruição e/ou inutilizações, já são R$ 19 milhões apenas com aeronaves, mais R$ 34 milhões com pistas de pouso e outros R$ 30 milhões referentes a maquinários e mais R$ 5 milhões em outras apreensões e/ou destruições.
O extrato de custos do garimpo foi mapeado através do trabalho de inteligência realizado pelos órgãos federais.
De acordo com a apuração, o aluguel de um barco para acessar a terra chega a R$ 25 mil; o frete de voo custa em torno de R$ 15 mil; e o garimpo tem pago a pilotos de aeronaves R$ 200 mil ao mês.
“A grama do ouro comprado direto do garimpo está com custo elevado, em torno de R$ 370”, revela o diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, responsável pela articulação dos órgãos federais envolvidos.
Assim, com a inutilização da infraestrutura arquitetada pelos criminosos, o custo do garimpo ilegal se torna cada vez mais alto.
Dessa forma, o diretor da Casa de Governo apresentou à equipe interministerial, durante reunião no Palácio do Planalto na última segunda-feira (8), o dado de 40% de aumento nos custos da atividade criminosa dentro da terra indígena. “O garimpo ilegal na Terra Yanomami será antieconômico”, afirmou Tubino.
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Equipe
Nesse sentido, mais de 560 servidores federais formam a equipe em atuação. Eles realizaram 967 operações de inteligência, fiscalização e repressão entre os meses de março, abril, maio, junho e o início de julho deste ano. Neste mesmo período, 58 pessoas foram presas.
Dessa maneira, Nilton Tubino considera que o Governo Federal segue para uma nova fase do trabalho na terra ianomâmi.
Os resultados já alcançados mostram a efetividade da articulação e do planejamento instituído a partir da instalação da casa de Governo. É importante destacar que estamos falando da maior terra indígena do Brasil, onde as riquezas do solo, dos rios, atraíram a atividade criminosa, com altos volumes de investimentos para a prática ilegal do garimpo. Mas estamos mostrando aos criminosos que não vamos tolerar a continuidade desta exploração, afirmou.
Com informações da Agência Gov
Foto: FAB/divulgação