Sejam bem-vindos os visitantes!

Além dos espetáculos dos bois Garantido e Caprichoso, o maior atrativo da ilha encantada é o povo parintinense

Ferreira Gabriel, por Dassuem Nogueira*

Publicado em: 25/06/2024 às 10:56 | Atualizado em: 25/06/2024 às 10:56

Há uma toada de Carlos Magno e José Carlos Portilho que é assim:

“Sejam bem-vindos os visitantes que vêm nos trazer o seu alô!

Alô pra quem traz a esperança,
De azul seus olhos vão brilhar
Sorriso de uma criança
Vai fazer você cantar

Alô à morena bonita,
Alô pra quem vai chegar
Alô do boi Caprichoso
Campeão deste lugar”.

Além dos espetáculos dos bois Garantido e Caprichoso, o maior atrativo da ilha encantada é o povo parintinense.

Avalie que quem chega para conhecer o festival não é chamado de turista, é chamado de visitante.

Essa característica não é fruto do ganho financeiro que o festival oferece aos moradores.

É o contrário: o festival folclórico só é o que é porque seus moradores gostam de receber os visitantes.

E enfeitam as ruas com bandeirolas e pintam os muros com temáticas bovinas.

Na semana do festival, nota-se que a cidade fica mais movimentada pelos pequenos grupos de gente vestidos de azul e vermelho, andando a pé pela cidade sob sol escaldante.

Durante o resto do ano, os tricicleiros, que se concentram nas feiras para fazer o transporte de mercadorias, passam a circular enfeitados em busca dos visitantes. Além do melhor ganho, eles têm oportunidade de ouvir as muitas histórias e conversar com eles.

Os próprios parintinenses se embelezam. Se você quer distinguir o morador dos visitantes, os de Parintins jamais usariam roupas de banho para andar pelas ruas.

Lembrem-se de que, por incrível que pareça, mesmo diante do clima festivo, eles são conservadores em seus costumes.

E, também, não andam pelo sol. Ficam em casa festejando com os parentes que vêm de outras cidades.

Em torno da praça da Catedral, as grandes e pequenas estruturas começam a transformar a região em um grande arraial, com barracas de comida, souvenires, bebidas, parque e brincadeiras.

Elas devem ficar de agora até o fim do festejo de Nossa Senhora do Carmo, em 16 de julho.

*A autora é antropóloga.

Fotos: Dassuem Nogueira/especial para o BNC Amazonas