Venda de joias: primeiro indiciamento de Bolsonaro sai até final de junho
PF indiciará Bolsonaro por venda ilegal de joias na Presidência. Investigação aponta participação ativa e mais um item descoberto nos EUA.

Diamantino Junior
Publicado em: 14/06/2024 às 09:22 | Atualizado em: 14/06/2024 às 09:26
A Polícia Federal (PF) vai indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro por crimes relacionados à venda de joias recebidas durante seu mandato. As investigações recentes apontam a participação ativa de Bolsonaro no transporte e comercialização desses itens nos Estados Unidos.
Fontes ligadas ao caso confirmaram ao Correio que a PF está finalizando o relatório, que inclui a implicação de outros indivíduos associados a Bolsonaro.
O documento será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). A conclusão do caso é esperada nas próximas duas semanas, podendo ocorrer a qualquer momento.
Além das joias já conhecidas, em maio, uma comitiva de investigadores foi enviada aos Estados Unidos, onde, em cooperação com o FBI, descobriram outra joia levada ilegalmente ao país. Esta descoberta atrasou a finalização das investigações, como afirmou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
“Esse foi um dos fatores que levou a avançar uma semana, dez dias para concluir. Essa diligência no exterior, com nossa equipe e equipe do FBI, localizou que além dessas joias que já sabíamos, houve a negociação de uma outra joia que não estava no foco dessa investigação.
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Não sei se já foi vendida ou não foi. Houve o encontro de um novo bem vendido ou tentado ser vendido no exterior”, declarou ele.
A investigação não se limita apenas às joias. A PF também está próxima de concluir inquéritos sobre outras acusações contra Bolsonaro. Entre elas, a fraude no cartão de vacinas de Bolsonaro e seus familiares, que voltou à PGR para novas diligências, e a suposta participação dele na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
Adicionalmente, há uma investigação sobre um esquema paralelo de espionagem realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Bolsonaro, que deve ser concluída em agosto deste ano.
Esses desdobramentos podem ter implicações significativas para o ex-presidente e seus associados, destacando a gravidade das acusações e o alcance das investigações em andamento.
A PF continua trabalhando em colaboração com outras autoridades para garantir que todas as irregularidades sejam minuciosamente investigadas e devidamente punidas.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil