Dois são presos pela PF por ameaças a familiares de Moraes
Segundo a corporação, as prisões foram ordenadas pelo próprio Supremo, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Diamantino Junior
Publicado em: 31/05/2024 às 13:57 | Atualizado em: 31/05/2024 às 16:53
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (31/5) duas pessoas acusadas de ameaçar familiares do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As prisões ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Também foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão.
Segundo a corporação, as prisões foram ordenadas pelo próprio Supremo, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os nomes dos acusados não foram divulgados pela PF.
As detenções fazem parte de uma nova investigação sobre ameaças contra o ministro e seus familiares. Em 2023, Moraes e seu filho foram alvo de hostilidades no Aeroporto de Roma, na Itália. Conforme reportagens, o grupo chamou o ministro de “bandido e comunista”.
Ao questionar os insultos, o filho de Moraes foi agredido por um dos acusados. Moraes estava na Itália para participar de uma palestra na Universidade de Siena.
Os mandados de prisão foram expedidos por Alexandre de Moraes, e a audiência de custódia dos acusados será realizada hoje às 17h pelo juiz instrutor do gabinete do ministro.
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Em nota, o gabinete informou que a prisão dos acusados Raul Fonseca de Oliveira e Oliveirino Júnior foi ordenada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, após a Secretaria de Segurança da Corte detectar ameaças contra os familiares do ministro por meio de monitoramento de rotina.
Além disso, foram enviadas mensagens ao ministro com palavras como “comunismo” e “antipatriotismo”.
Para a Procuradoria, os acusados tentam obstruir a atuação de Moraes, que é relator da investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
Gonet entende que há indícios do crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, caracterizado pelo uso de violência para impedir ou restringir o funcionamento dos poderes constitucionais.
“A gravidade das ameaças, sua natureza violenta e os indícios de monitoramento da rotina das vítimas evidenciam o perigo concreto de que a permanência dos investigados em liberdade põe em risco a ordem pública. A medida é, assim, proporcional, ante o risco concreto à integridade física e emocional das vítimas,” justificou o gabinete de Moraes.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil