De olho nas sucessões de Lira e Pacheco, PL quer mais poder

Valdemar Costa Neto enfatiza a importância de alianças e negociações sobre a pauta legislativa para consolidar a influência política do partido.

De olho nas sucessões de Lira e Pacheco, PL quer mais poder

Diamantino Junior

Publicado em: 25/05/2024 às 19:09 | Atualizado em: 25/05/2024 às 19:09

O Partido Liberal (PL) está concentrado em fortalecer suas bancadas na Câmara e no Senado, enquanto também se prepara para a definição das novas lideranças das Casas Legislativas em fevereiro.

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, destacou a necessidade de ampliar a influência do partido através de alianças estratégicas e negociações sobre a pauta legislativa, destacando a complexidade de apoiar ou lançar candidatos próprios nas sucessões de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.

O PL, atualmente a maior bancada na Câmara com mais de 90 deputados, ainda não decidiu se lançará um candidato próprio ou se apoiará um candidato de outra legenda.

Segundo Costa Neto, a decisão será complexa, especialmente considerando a resistência do PT a um presidente da Câmara oriundo do PL.

“Nós temos que compreender que é muito difícil o PT concordar que um cidadão do PL presida a Câmara. Ele não vai concordar. E nós podemos lutar, mas depende do nosso pessoal e do entendimento deles”, afirmou.

Costa Neto mencionou que o partido poderia buscar um acordo baseado na pauta legislativa e na distribuição de cargos, semelhante ao que foi feito recentemente.

Atualmente, o PL possui a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a presidência da Comissão de Educação e a relatoria do Orçamento, cargos que são estratégicos para a atuação parlamentar.

“Ninguém quer que o governo vá mal. Nós queremos que o país vá bem”, disse Costa Neto, destacando a importância de uma pauta conservadora e de espaços de poder dentro da Câmara.

Entre os nomes que já surgem como possíveis candidatos às presidências das Casas, estão Elmar Nascimento (União-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Antônio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL).

Costa Neto destacou as qualidades de cada um, especialmente o trabalho de Marcos Pereira no Republicanos, que conseguiu diversificar a base do partido além da Igreja Universal do Reino de Deus. “O Marcos fez um trabalho exemplar no Republicanos… Ele construiu um grande partido”, comentou.

Apesar das especulações, o PL ainda não tem uma inclinação definida.

Costa Neto enfatizou que a decisão será discutida internamente, com foco na pauta legislativa e nos espaços de poder.

“Se nós não tivermos um candidato, vamos querer discutir a pauta. Vai pôr matéria conservadora na pauta? Vai botar quais itens? Isso que nós queremos: discutir a pauta. E os espaços dentro da Câmara”, afirmou, indicando que a vice-presidência da Câmara poderia ser uma alternativa caso o partido não consiga a presidência.

Essa estratégia de foco em cargos e pautas legislativas mostra que o PL busca consolidar sua influência política, independentemente de quem herdar o espólio de Bolsonaro em 2026.

Com o cenário político ainda em formação, as movimentações do PL serão cruciais para determinar os rumos do partido e sua capacidade de influenciar a agenda política nos próximos anos.

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Foto: Marcello Casal Jr /Agência Brasil