Projeto do MP estadual quer melhorar IDH dos municípios do Amazonas

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) apresentou o projeto IDH+, visando melhorar o IDH nos municípios amazonenses.

Projeto do MP estadual quer melhorar IDH dos municípios do Amazonas

Diamantino Junior

Publicado em: 22/04/2024 às 14:36 | Atualizado em: 22/04/2024 às 14:36

De olho nos baixos índices de desenvolvimento humano registrados no estado, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) lançou nesta segunda-feira  (22/4) o projeto IDH+, Cidadania e Justiça Social.

Seu principal objetivo é diagnosticar e reformular políticas públicas locais, no intuito de buscar melhorias nas condições de vida da população amazonense.

O lançamento aconteceu na sede da Procuradoria-Geral de Justiça (PGE), em Manaus, e contou com a presença de autoridades e parceiros do projeto, como os reitores das universidades Federal do Amazonas (Ufam) e do Estado do Amazonas (UEA), além de representantes da Nova – Universidade de Lisboa e do Instituto Acariquara.

Conforme o procurador-geral de Justiça, Alberto Nascimento Júnior, a mudança de políticas públicas no interior do Amazonas e a consequente melhoria da qualidade de vida se darão a partir de um trabalho conjunto do MP-AM com chefes dos executivos municipais, com apoio da comunidade acadêmica.

“O Ministério Público está preocupado com essas políticas públicas. O índice do desenvolvimento humano no nosso estado nos preocupa. Em uma parceria com as prefeituras, com os quais vamos fazer um trabalho conjunto, poderemos mudar a realidade do interior. A realidade tem de ser mudada, principalmente, nas áreas de educação, saúde, conciliando  o desenvolvimento econômico com o sustentável”.

Município de estreia

O chefe do MP anunciou que o trabalho começa pelo município de Coari, que é o 5º pior IDH do Amazonas.

A cidade do rio Solimões foi escolhida como cidade-piloto por ter unidades bem estruturadas da Ufam e da UEA, duas parceiras do projeto.

O coordenador do projeto, promotor de Justiça Lauro Tavares, informou que o IDH+ é fruto de um estudo detalhado sobre a situações dos municípios amazonenses.

 “Como uma instituição pública  preocupada com essa realidade, o MP-AM fez um estudo minucioso e chegamos a um ranking que será apresentado para a sociedade dos 62 municípios do Amazonas e como cada município está representado dentro dele. O intuito é irmos ao interior do estado, conhecer a realidade local, ouvir as pessoas, por meio de uma escuta social, e ao mesmo tempo fornecer aos gestores desses municípios ferramentas, como indutores de políticas públicas”.

Diagnóstico municipal

Os resultados dos diagnósticos nos municípios irão além da metodologia adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi o que afirmou o reitor da UEA, André Luiz Zogahib. “A metodologia do IBGE é a base, porque ela dá o direcionamento e a gente não pode destoar muito. Pelo contrário, a gente tem de convergir nas informações. O que nós vamos fazer agora é complementar essas informações, principalmente pela parte qualitativa, não só quantitativa. Nós vamos ampliar a análise quantitativa desse processo”.

Conforme o reitor da Ufam, Sylvio Puga, “a universidade colocou a disposição do projeto, professores, pesquisadores, com alto gabarito, para que nós pudéssemos dar as melhores respostas a que a sociedade almeja em relação aos municípios do Amazonas”.

Idealizador do projeto há oito anos e presente à solenidade, o promotor de Justiça Roque Marques disse que o projeto depende de cada gestor.

 “IDH+ não é só uma questão de tentar cobrar, mas é de assumir responsabilidade. O projeto está dizendo nós temos uma responsabilidade importante e quero chamar a atenção de todos aqueles que também têm. Precisamos resolver, definitivamente, a situação das pessoas mais vulneráveis, das pessoas que estão precisando de saúde, escola, emprego. O Ministério Público é um ser um grande articulador dessa questão, mas todos são chamados a participar como protagonistas”.

O termo de cooperação do projeto tem a assinatura prévia do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Sílvio Luiz de Almeida.

Foto: Ulisses Farias/MP