Gás natural: ministro anuncia ‘choque’ na oferta e queda na reinjeção
A ideia é ampliar o acesso a infraestruturas de escoamento e processamento e reduzir a reinjeção de gás nos poços, atualmente de 52%

Ferreira Gabriel
Publicado em: 19/04/2024 às 14:42 | Atualizado em: 19/04/2024 às 14:42
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quinta-feira (18) que o governo trabalha em um plano para fazer um “choque de oferta de gás natural no país”.
Para isso, a ideia é ampliar o acesso a infraestruturas de escoamento e processamento e reduzir a reinjeção de gás nos poços, atualmente de 52%.
“Vamos promover um verdadeiro choque de oferta do gás natural no país, com acesso à infraestrutura de escoamento e processamento, reduzindo custos. Nosso trabalho é para efetivamente aumentar a oferta e viabilizar menor preço de gás para o crescimento nacional”, afirmou durante o Gás Week, evento do setor realizado em Brasília pela agência EPBR.
Uma das metas, segundo o ministro, será garantir o acesso de petroleiras privadas aos gasodutos marítimos de escoamento e unidades de tratamento Petrobras, o que permitirá uma redução da reinjeção nos poços por essas empresas, que teriam como escoar sua produção.
Silveira falou na possibilidade de o país ter um hub que “colete gás natural das outras plataformas, trate e transporte para a costa, reduzindo o volume reinjetado. Isso é uma proposta técnica e bem embasada da nossa EPE (Empresa de Pesquisa Energética)”.
Sobre a reinjeção nos poços feita especialmente pela Petrobras no pré-sal, o ministro afirmou que trabalhará para reduzir os percentuais. Numa crítica à política da empresa, afirmou que o governo tem “coragem para debater esse tema espinhoso”.
Atualmente, o Brasil produz cerca de 140 milhões de m³ de gás por dia. No entanto, enquanto, pouco mais da metade (73 milhões de m³/dia) é devolvida aos campos por falta de escoamento ou como estratégia para aumentar a extração de óleo. A média mundial de reinjeção, no entanto, é de 28%.
“Vamos aproveitar melhor o gás natural que produzimos no Brasil. Não dá para ficar reinjetando a metade dessa riqueza tão preciosa para a nossa gente. Temos que ter coragem de debater esse espinhoso, mas imprescindível tema. Nosso gás tem que chegar para quem produz riqueza e gera oportunidades no Brasil”, afirmou.
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Foto: Tauan Alencar/MME