Lava Jato: PF diz que Moro, Dallagnol e Gabriela tentaram desviar R$ 2,5 bi
Esquema incluiu cooperação ilegal com autoridades americanas e movimentação irregular de recursos.

Diamantino Junior
Publicado em: 16/04/2024 às 22:05 | Atualizado em: 16/04/2024 às 22:18
A investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) revela um cenário de tentativa de desvio significativo de recursos da “lava jato” para a criação de uma fundação privada, envolvendo o ex-juiz Sergio Moro, o ex-procurador da República Deltan Dallagnol e a juíza federal Gabriela Hardt.
Segundo o relatório, entre os anos de 2016 e 2019, Moro, Dallagnol, Hardt e outros membros da “força-tarefa” teriam atuado de forma coordenada para promover esse desvio, totalizando a quantia de R$ 2,5 bilhões.
O esquema, conforme descrito no documento, envolveu uma série de atos tanto comissivos quanto omissivos.
Entre eles, destaca-se a cooperação ilegal com autoridades americanas e a realização de depósitos vultosos em contas judiciais vinculadas a réus colaboradores e empresas que firmaram acordos de leniência.
Essa movimentação irregular de recursos teria alimentado a criação da fundação privada, que acabou sendo suspensa pela Procuradoria-Geral da República (PGR), sob comando de Raquel Dodge na época, por meio de uma ação de descumprimento de preceito fundamental perante o Supremo Tribunal Federal (STF).
O relatório ressalta que Moro desempenhou um papel fundamental nesse processo ao instaurar um processo sigiloso que permitiu o repasse não questionado de valores para a Petrobrás, mesmo ciente das investigações em curso nos Estados Unidos e no Ministério Público de São Paulo.
Dallagnol, por sua vez, negou qualquer negociação informal com autoridades norte-americanas, mas documentos encontrados durante a investigação indicam o contrário.
Além disso, o relatório da Polícia Federal aponta a omissão em quantificar as perdas da Petrobrás decorrentes das ações criminosas identificadas na operação “lava jato”.
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Essa falta de transparência e prestação de contas contribuiu para uma gestão questionável dos recursos públicos envolvidos no caso.
O documento, elaborado pela corregedoria-nacional de Justiça, é focado na abordagem dos fatos sob uma perspectiva criminal.
Ele reforça a necessidade de investigações mais aprofundadas e medidas judiciais para responsabilizar os envolvidos e garantir a integridade dos processos legais.
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