O avanço da extrema direita é ameaça à civilização

Partidos dessa linha política vem ganhando espaço em países da Europa e mais recente na América do Sul, no Equador e Argentina

Ferreira Gabriel, por Lúcio Carril*

Publicado em: 12/04/2024 às 11:52 | Atualizado em: 12/04/2024 às 11:54

O mundo está vivendo uma nova onda de ascensão da extrema direita, deixando a democracia de barbas de molho.

Na Europa, os partidos que representam essa linha política vem galgando espaço no parlamento e já assumiram os governos da Grécia, Hungria e Polônia e participação em outros, como na própria Finlândia, país de melhor qualidade de vida no mundo.

Na Alemanha, o partido de extrema direita AfD aparece em boa posição nas pesquisas eleitorais e no ano passado conquistou um governo distrital. Na Espanha, O partido ultradireitista VOX segue o mesmo caminho.

Aqui pelas nossas bandas do continente, Equador e Argentina vêm se destacando em governos de desastres políticos e econômicos.

O Tio Sam acena em trazer de volta o abjeto Trump, que continua habilitado a concorrer à eleição presidencial mesmo tendo atentado contra o estado de direito americano. Coisa de uma democracia confusa e problemática.

No Brasil, em 2022 o país retomou à trilha da democracia, depois de uma experiência nefasta de quatro anos. Mas o problema não está solucionado. A extrema direita continua fortalecida e ofensiva.

Numa articulação com igrejas neopentecostais, a extrema direita brasileira assume contornos diferenciados daqueles da extrema direita europeia, dominada pela xenofobia. Aqui, a pauta de costumes e uma ofensiva retrógrada fazem desse movimento uma ameaça constante à democracia e às conquistas sociais e humanas da civilização.

A engrenagem que move a extrema direita no Brasil é constituída por um fascismo antinacional, racista, homofóbico, aporofóbico e conservador.

O movimento neopentecostal deu as mãos aos herdeiros do integralismo e juntos vêm construindo pautas anacrônicas e caras ao processo civilizatório.

Este ano, teremos eleições municipais e o país enfrentará uma nova disputa entre democracia verso fascismo e civilização contra barbárie. Pesquisas indicam uma extrema direita forte, mas com grande resistência articulada pelo governo Lula, de perfil progressista e popular.

Em Manaus, pelo menos quatro candidaturas se perfilam no campo da direita e extrema direita e uma no campo democrático-popular.

O fascismo ganhou força, mas sua derrota é uma exigência do desenvolvimento das civilizações no planeta.. Mesmo na globalização, a democracia no mundo continua imprescindível e inadiável. Não é possível andar pra frente na história diante do retrocesso da barbárie.

O campo democrático e popular precisa construir uma unidade contra a ameaça extremista de direita. A democracia já mostrou ter força para derrotar o fascismo. Agora, é preciso minar as bases desse retrocesso e apagar a chama da fogueira medieval.

A luta contra o fascismo é a luta contra o retorno a tudo de ruim que o mundo deixou pra trás

*O autor é sociólogo.

Ilustração: Gilmal